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domingo, 29 de agosto de 2010

O Diário de Anne Frank


Anne
Frank nasceu na Alemanha e com 4 anos se mudou para a Holanda por causa da caça aos judeus. Aos 13, quando a perseguição chegou ao país, Anne e sua família, a família Van Daan e mais tarde, Albert Dussel se esconderam num anexo ao escritório de seu pai e só sobreviveram por um tempo por causa de ajuda de amigos.

O diário de Anne traz todos os momentos, sensações e conflitos
que ela passou durante os quase dois anos que esteve escondida. Totalmente criativa, ela também escreveu poemas, contos e sonhos que podem ser lidos no livro"Contos de Esconderijo". Ela era muito otimista com a questão do fim da guerra e sua libertação e mesmo comendo batatas podres ela se mostra alegre. Claro que suas angústias aparecem no diário, junto com a maturidade que adquire durante o tempo.


"O Diário de Anne Frank" é um documento histórico do sofrimento dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial. São relatos de uma adolescente e deveria ser lido por todos aqueles que acham que a guerra leva a algum lugar, para terem consciência de toda tristeza que ela proporciona.


Trechos do diário:
  • "...Somente devem ser faladas línguas de pessoas civilizadas, portanto, nada de alemão...."
  • "...Sinto-me má ao dormir numa cama quente, enquanto em algum lugar meus amigos estão caindo de exaustão ou sendo derrubados..."
  • "...Por que se gastam milhões com a guerra a cada dia, enquanto não existe nenhum centavo para a guerra médica, para os artistas e para os pobres?Por que as pessoas têm que passar fome enquanto montanhas comida apodrecem em outras partes do mundo?Ah por que as pessoas são tão malucas?"

sábado, 28 de agosto de 2010

Há quem diga

Há quem diga que todas as noites são de sonhos...
Mas há também quem diga nem todas...
Só as de verão...
Mas no fundo isso não tem muita importância...
O que interessa mesmo não são as noites em si...
São os sonhos...
Sonhos que o homem sonha sempre...
Em todos os lugares, em todas as épocas do ano...
Dormindo ou acordado...


Willian Shakespeare

domingo, 22 de agosto de 2010

A Maldição de Alaizabel Cray

Escrita por Chris Wooding, A Maldição de Alaizabel Cray é um prato cheio para os leitores de fantasia e mistério. É um livro fabuloso, que trata do sobrenatural de uma Londres tão obscura quanto os necromantes que ali vivem. Alaizabel Cray, é apenas uma garota que com ajuda de Thaniel, tentará se livrar do que a assombra e salvar Londres.
O livro te prende, sem ser gigantesco. Tem um final muito satisfatórioe possui uma otima descrição de pessoas e lugares. Para mim, é perfeito.




Sinopse:
Na Londres vitoriana, criaturas sinistras assombram o labirinto de becos e vielas do Distrito Velho, e os que ousam sair à noite tornam-se presas fáceis. Presas para os lobos e assassinos que infestam o lugar, bem como para criaturas ainda mais perigosas: os necromantes, praticantes de magia negra. No entanto, o mal que não se vê é o pior de todos; nas camadas mais altas da sociedade londrina, sob a fachada de riqueza e intenções filantrópicas, vigora um tenebroso pacto com os necromantes, que coloca em risco a existência de toda a humanidade. E, no centro de tudo, a encantadora, vulnerável e enigmática Alaizabel Cray - a chave de todo o mistério.


Entrevista com o autor:
http://mestredasresenhas.wordpress.com/2010/07/26/entrevista-com-chris-wooding/

sábado, 21 de agosto de 2010

Escritos nas estrelas


Mais uma vez Sidney Sheldon traz neste romance uma heroina altamente linda, atraente e esperta. Lara é o que quase toda mulher deseja ser ultimamente: famosa, bem sucedida, rica, além de ter todos os homens aos seus pés.

Lara Cameron é uma empresária de sucesso no ramo da construção civil. Construi um império gigantesco quase sozinha. Para uns ela é uma "Borboleta de ferro", para outros ela é a pessoa mais amável do mundo, mas todos concordam que ela é uma grande mulher. Sua vida está perfeita, pois ate o verdadeiro amor ela encontrou. Porém alguém quer destrui-lá e usara os meios mais sórdidos para conseguir o que quer, ferindo o que ela mais ama.

Com um final digamos, interessante, este livro é a cara do autor. Cheio de altos e baixos, intrigas e romance. Escrito nas Estrelas é um livro para ser apreciado por todos.

sábado, 7 de agosto de 2010

Os 12 mandamentos

Sidney Sheldon traz neste livro os 12 mandamentos.... Mas você se pergunta: Não são Dez? Não, segundo Sheldon faltam 2, pois Móises deixou cair a tábua dos mandamentos e ela quebrou, se perdendo a outra parte.

O livro, escrito para o público jovem, satiriza essas leis mostrando personagens que se
deram bem ao desrespeitar os mandamentos. Um homem mata a sogra, o outro trai o chefe, um rouba, etc. Todos fazem algo ruim, mas acabam se dando bem, ficando rico e famosos.

Não é um dos melhores livros de Sidney Sheldon, talvez porque a linguagem é diferente ou são vários contos, não tendo uma sequência definida. Porém ele é engraçado e pode divertir muito.

domingo, 1 de agosto de 2010

O vestido


Escrito por Carlos Herculano Lopes Carlos e baseada no poema "Caso do vestido" de Carlos Drummond de Andrade, O Vestido é um livro para ser lido de uma só vez. A obra possui versos do poema, possuindo uma delicadeza e uma paixão comparáveis aos versos de Drummond. A narradora é Angela, a mulher que cede seu marido a outra, por ama-lo incondicionalmente.

Sem mas nada a escrever, deixo o poema abaixo para a vontade de ler o livro ficar maior.




CASO DO VESTIDO
Carlos Drummond de Andrade


Nossa mãe, o que é aquele
vestido, naquele prego?

Minhas filhas, é o vestido
de uma dona que passou.

Passou quando, nossa mãe?
Era nossa conhecida?

Minhas filhas, boca presa.
Vosso pai evém chegando.

Nossa mãe, dizei depressa
que vestido é esse vestido.

Minhas filhas, mas o corpo
ficou frio e não o veste.

O vestido, nesse prego,
está morto, sossegado.

Nossa mãe, esse vestido
tanta renda, esse segredo!

Minhas filhas, escutai
palavras de minha boca.

Era uma dona de longe,
vosso pai enamorou-se.

E ficou tão transtornado,
se perdeu tanto de nós,

se afastou de toda vida,
se fechou, se devorou,

chorou no prato de carne,
bebeu, brigou, me bateu,

me deixou com vosso berço,
foi para a dona de longe,

mas a dona não ligou.
Em vão o pai implorou.

Dava apólice, fazenda,
dava carro, dava ouro,

beberia seu sobejo,
lamberia seu sapato.

Mas a dona nem ligou.
Então vosso pai, irado,

me pediu que lhe pedisse,
a essa dona tão perversa,

que tivesse paciência
e fosse dormir com ele...

Nossa mãe, por que chorais?
Nosso lenço vos cedemos.

Minhas filhas, vosso pai
chega ao pátio. Disfarcemos.

Nossa mãe, não escutamos
pisar de pé no degrau.

Minhas filhas, procurei
aquela mulher do demo.

E lhe roguei que aplacasse
de meu marido a vontade.

Eu não amo teu marido,
me falou ela se rindo.

Mas posso ficar com ele
se a senhora fizer gosto,

só pra lhe satisfazer,
não por mim, não quero homem.

Olhei para vosso pai,
os olhos dele pediam.

Olhei para a dona ruim,
os olhos dela gozavam.

O seu vestido de renda,
de colo mui devassado,

mais mostrava que escondia
as partes da pecadora.

Eu fiz meu pelo-sinal,
me curvei... disse que sim.

Sai pensando na morte,
mas a morte não chegava.

Andei pelas cinco ruas,
passei ponte, passei rio,

visitei vossos parentes,
não comia, não falava,

tive uma febre terçã,
mas a morte não chegava.

Fiquei fora de perigo,
fiquei de cabeça branca,

perdi meus dentes, meus olhos,
costurei, lavei, fiz doce,

minhas mãos se escalavraram,
meus anéis se dispersaram,

minha corrente de ouro
pagou conta de farmácia.

Vosso pais sumiu no mundo.
O mundo é grande e pequeno.

Um dia a dona soberba
me aparece já sem nada,

pobre, desfeita, mofina,
com sua trouxa na mão.

Dona, me disse baixinho,
não te dou vosso marido,

que não sei onde ele anda.
Mas te dou este vestido,

última peça de luxo
que guardei como lembrança

daquele dia de cobra,
da maior humilhação.

Eu não tinha amor por ele,
ao depois amor pegou.

Mas então ele enjoado
confessou que só gostava

de mim como eu era dantes.
Me joguei a suas plantas,

fiz toda sorte de dengo,
no chão rocei minha cara,

me puxei pelos cabelos,
me lancei na correnteza,

me cortei de canivete,
me atirei no sumidouro,

bebi fel e gasolina,
rezei duzentas novenas,

dona, de nada valeu:
vosso marido sumiu.

Aqui trago minha roupa
que recorda meu malfeito

de ofender dona casada
pisando no seu orgulho.

Recebei esse vestido
e me dai vosso perdão.

Olhei para a cara dela,
quede os olhos cintilantes?

quede graça de sorriso,
quede colo de camélia?

quede aquela cinturinha
delgada como jeitosa?

quede pezinhos calçados
com sandálias de cetim?

Olhei muito para ela,
boca não disse palavra.

Peguei o vestido, pus
nesse prego da parede.

Ela se foi de mansinho
e já na ponta da estrada

vosso pai aparecia.
Olhou pra mim em silêncio,

mal reparou no vestido
e disse apenas: — Mulher,

põe mais um prato na mesa.
Eu fiz, ele se assentou,

comeu, limpou o suor,
era sempre o mesmo homem,

comia meio de lado
e nem estava mais velho.

O barulho da comida
na boca, me acalentava,

me dava uma grande paz,
um sentimento esquisito

de que tudo foi um sonho,
vestido não há... nem nada.

Minhas filhas, eis que ouço
vosso pai subindo a escada.


Fonte:http://www.releituras.com/drummond_vestido.asp