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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Os melhores livros lidos em 2013


Esse ano li 42 livros. O número foi menor comparado aos anos anteriores, foi pouco tempo para ler. A gente vai crescendo, os compromissos aumentando, a leitura diminuindo.

Na lista desse ano tem livro clássico, jornalístico, ficção. Gostaria só de destacar "Desespero", de Stephen King, porque foi o primeiro livro que eu li dele e fiquei alucinada!!! É muito bom! Vai ser a próxima resenha. Aí vai a listinha: 

1- Os miseráveis 
8- Desespero

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Lolita


LOLITA. Só o simples nome dessa menina/moça pode intrigar a pessoa mais passiva do mundo. Este nome possui uma potência, uma carga de energia, que eu já conhecia a tempos. Mas só fui entender realmente quem é Lolita ao ler o livro de Vladimir Nabokov. Inocência, petulância, sedução, energia e paixão são as palavras que podem inicialmente defini-la, mas durante a história vão surgindo mais e mais adjetivos que podem a compor.

Mas não existira Lolita sem Humber Humbert e sua obsessão pela menina. Ele é um homem de meia idade, desiludido com as mulheres e meio louco. Ele passou a maior parte de sua vida na Europa, se separou da esposa, passou um tempo no hospício, e agora viaja para os Estados Unidos por causa de um emprego. Quando chega a pequena cidade, ele encontra na casa de Charlotte Haze um bom lugar para se hospedar, principalmente pela presença da filha da hospede: Lolita. Com 12 anos, charmosa, bonitinha, uma ninfeta sem discussão.

Aí nos perguntamos: O que seria uma ninfeta?  Humbert nos explica:
"Entre os nove e os catorze anos de idade, ocorrem donzelas que, a certos viajantes enfeitiçados, duas ou muitas vezes mais velhos do que elas, revelam sua verdadeira natureza que não é humana, mas nínfica (isto é, demoníaca); e essas criaturas predestinadas proponho designar como “ninfetas”...  A beleza tampouco é um critério; e a vulgaridade, ou pelo menos o que alguma comunidade definir assim, não prejudica necessariamente certas características misteriosas, a graça fatal, o sortilégio indefinível, volúvel, dilacerante e insidioso que distingue as ninfetas das suas coetâneas..." 
Humbert fica obcecado por Dolores, que chega a  se casar com Charlotte, a mãe, para não perder o contato com a menina.  E então começa uma sucessão de fatos catastróficos, que beiram ao cômico.

Lolita é um dos livros mais interessantes que eu já tive a oportunidade ler. Se eu pudesse o resumir em uma palavra, seria sagaz. Primeiramente porque em nenhum momento o relacionamento dos dois personagens principais é explicito. Existe indícios de suas relações "pessoais", cabe ao leitor montar a narrativa. 

Além disso, o livro possui uma estrutura narrativa que necessita de toda a atenção do leitor, não por ser difícil, mas por possuir uma essência própria. O narrador é Humbert, então o leitor é levado para o mundo dele, entre seus pensamentos,  desejos e divagações, que são muito analíticas. Ele possui uma percepção sobre tudo o que envolve Lolita, começa a controlar seus passos, a submetê-la aos seus desejos. 

Ou seja, Lolita é  um livro especial. Foi recusado por várias editoras, antes de ser lançado em 1955. A experiência de ler o livro passa por vários níveis de sensações.  Temos raiva e pena de Lolita. Ao mesmo tempo que ela trata sua mãe muito mal, e joga charme para Humbert, ela é obrigada a situações constrangedoras e ilegais. Charlote também é digna de pena, com o seu final, mas vamos combinar que ela é muito chata, principalmente com Lolita. Já Humbert conseguiu aflorar apenas um sentimento: Desprezo. Suas atitudes e pensamentos são desprezíveis, mas é ele que oferece ao leitor as melhores passagens da obra. 

Se ainda não leu Lolita, leia. Antes tarde do que nunca!