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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Um pouco mais sobre: Marian Keyes

Biografia:
Marian Keyes é uma escritora irlandesa.
Graduou-se em Direito na Dublin University, sem, contudo, jamais ter exercido a profissão. Morou em Londres por muitos anos, trabalhando ora como garçonete ora em escritórios. Neste mesmo período começou sua luta contra o vício do alcoolismo e inclusive uma tentativa de suicídio, depois de vencida a batalha, alcançou o sucesso como escritora.
Autora de vários best sellers do gênero Chick Lit, os seus livros exploram o universo feminino com muito humor e leveza. Seus temas centrais no entanto levam a tona muitos assuntos delicados, tais como: luto, depressão pós parto, violência domestica... As personagens criadas pela escritora possuem perfis realistas, que permitem com que o leitor se identifique com a trajetória de vida narrada.

Obras:
Livros publicados no Brasil (data de publicação nacional)
  • Melancia  (2003)
  • Férias!  (2004)
  • Sushi  (2004)
  • Casório?! (2005)
  • É Agora... ou Nunca (2006)
  • Los Angeles  (2007)
  • Um Best Seller pra Chamar de Meu  (2008)
  • Tem Alguém Aí? (2009)
  • Cheio de Charme  (2010)
  • A Estrela Mais Brilhante do Céu  (2011)
  •  
Não publicados:
  • No Dress Rehearsal (2000)
  • Under the Duvet (2001)
  • Nothing Bad ever Happens in Tiffany's (2005)
  • Further under the Duvet (2005)
  • Cracks In My Foundation in Damage Control - Women on the Therapists, Beauticians, and Trainers Who Navigate Their Bodies (2007)
Minha opinião

Até hoje li apenas dois livros da autora, "Melancia" e "Férias". Os livros são romances bem feministas, açucarados e engraçados. As hist´rias são bobinhas, as vezes você sente certo ódio da principal, mas tudo é bem leve. Até agora, valeu apena ler seus livros, espero ler mais.

sábado, 27 de outubro de 2012

Transformando suor em ouro



Não sou muito fã de livros denominados "auto-ajuda", mas "Transformando suor em ouro" é mais do que isso, é um livro que revela fatos da vida de Bernardinho enquanto ensina valores de equipe e liderança. Para mim,  uma jogadora amadora, apaixonada pelo esporte e fã de Bernardinho, o livro foi uma boa fonte de aprendizagem.

Narrando sua trajetória de sucesso na carreira de voleibol, Bernardinho oferece ao leitor um conhecimento sobre liderança, trabalho de equipe, lições sobre vencer e perder, além de conhecer um pouco mais sobre a história do vôlei nacional. O mais legal, é que todas as dicas presentes no livro podem ser aplicadas no mercado de trabalho, em uma empresa, associação, ou qualquer lugar onde o importante é vencer coletivamente. 

Um livro interessante, onde a palavra "esforço" é o ponto de partida. Para os desanimados de plantão é uma fonte de energia, estilo Bernardinho de ser, para os individualista é a prova de que a união faz a força e para os líderes, a noção de que errar é humano. 

Diante dessa resenha tão poética, fica aí a dica para todos lerem  livro. Vale a pena.

sábado, 20 de outubro de 2012

Escolha o seu sonho - Cecília Meireles

Devíamos poder preparar os nossos sonhos como os artistas, as suas composições. Com a matéria sutil da noite e da nossa alma, devíamos poder construir essas pequenas obras-primas incomunicáveis, que, ainda menos que a rosa, duram apenas o instante em que vão sendo sonhadas, e logo se apagam sem outro vestígio que a nossa memória.

Como quem resolve uma viagem, devíamos poder escolher essas explicações sem veículos nem companhia - por mares, grutas, neves, montanhas e até pelos astros, onde moram desde sempre heróis e deuses de todas as mitologias, e os fabulosos animais do Zodíaco.

Devíamos, à vontade, passear pelas margens do Paraíba, lá onde suas espumas crespas correm com o luar por entre as pedras, ao mesmo tempo cantando e chorando. - Ou habitar uma tarde prateada de Florença, e ir sorrindo para cada estátua dos palácios e das ruas, como quem saúda muitas famílias de mármore... - Ou contemplar nos Açores hortênsias da altura de uma casa, lagos, de duas cores e cestos de vime nascendo entre fontes, com águas frias de um lado e, do outro, quentes... - Ou chegar a Ouro Preto e continuar a ouvir aquela menina que estuda piano há duzentos anos, hesitante e invisível - enquanto o cavalo branco escolhe, de olhos baixos, o trevo de quatro folhas que vai comer.

Quantos lugares, meu Deus, para essas excursões! Lugares recordados ou apenas imaginados. Campos orientais atravessados por nuvens de pavões. Ruas amarelas de pó, amarelas de sol, onde os camelos de perfil de gôndola estacionam, com seus carros. Avenidas cor-de-rosa, por onde cavalinhos emplumados, de rosa na testa e colar ao pescoço, conduzem leves e elegantes coches policromos ...

... E lugares inventados, feitos ao nosso gosto; jardins no meio do usar; pianos brancos que tocam sozinhos; livros que se desarmam, transformados em música. [...]

Devíamos poder sonhar com as criaturas que nunca vimos e gostaríamos de ter visto: Alexandre, o Grande; São João Batista; o Rei Davi a cantar; o Príncipe Gautama...

E sonhar com os que amamos e conhecemos, e estão perto ou longe, vivos ou mortos... Sonhar com eles no seu melhor momento, quando foram mais merecedores de amor imortal...
 

Ah!... - ( o que gostaria você de sonhar esta noite?)

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

As 10 músicas para se ouvir lendo

Muitos gostam de silêncio ao ler, outros não. Eu, dependendo do  humor, adoro ler ouvindo uma musiquinha. Ás vezes, até contribui mais para focar minha atenção. Pensando nisso fiz uma nova listinha, bem pessoal, com as dez músicas que eu mais gosto de ouvir enquanto estou lendo. Na maioria são músicas calminhas e em inglês, porque já que não entendo muito mesmo não me confundo com a letra da música e minha leitura. Mas também tem outras mais agitadas para livros mais intensos.

A lista não está em ordem de preferência...

1- O velho e o Moço - Los hermanos


2- Worlds Collide -  The Mostar Diving Club


3-  These Days - Foo Fighters


4- Dezembros - Zeca Baleiro e Fagner


5 - What Part of Forever - Cee Lo Green
 

6-  Wake Up - Arcade Fire


7-  Secrets - One Republic


8-  Tonight, Tonight - Smashing Pumpkins

9-  A Estrada - Cidade Negra


10 - Vamos fazer um filme - Legião Urbana



 E você gosta de ler ouvindo música? Deixe nos comentários suas músicas preferidas, quem sabe os gostos alheios se cruzam...

sábado, 13 de outubro de 2012

O meu pé de laranja lima



Zezé é um menino muito sapeca. Com seus cinco anos, ele consegue deixar todo mundo maluco com suas confusões que envolvem morcegos, cobras feitas de meia e roubos de goiabas. Recebe muitas surras, em excesso, é culpado por tudo e considera a si próprio um diabinho. Mas não podemos definir o menininho só por isso. Um pouquinho atentado, sim ele é, mas também é extremamente criativo, carinhoso, bondoso, sensível. Um menino inteligente, que já sabe ler,  é adorado pelas professoras, e que conquista amigos aonde vai. Ele possui um carinho todo especial por seu pé de laranja lima, com o qual conversa e tem uma afeição muito grade. A árvore é confidente, amigo, ás vezes um brinquedo. Mais do que tudo, ela é o refúgio de Zezé

"O meu pé de laranja lima" é um livro brasileiro, simples, tocante.  Mostra a desigualdade social existente no Brasil, a falta de oportunidade para as crianças e os adultos, a falta de paciência dos pais em momentos difíceis e como uma criança sensível age diante de tudo isso. Zezé sofre calado muitas vezes, é só encontra conforto no seu pé de laranja lima e mais tarde no seu novo amigo. 

Chorei, ri e me emocionei muito. Agradeço a José Mauro de Vasconcelos por o ter escrito algo tão puro e tão bem escrito que você sente tudo o que Zezé sente.  Como exemplo, a minha parte preferida do livro:

"Deixei ele sentado lá e fui reinar. Descobrir coisas. Como era lindo aquele pedaço de rio. Molhei os pés e vi um mundo de sapinhos pra lá e pra cá na correnteza. Fiquei vendo a areia, os seixos e as folhas sendo puxados pela correnteza. Me lembrei de Glória.

"Deixa-me, deixa-me, fonte!
Dizia a flor a chorar: Eu fui nascida no monte...
Não me leves para o mar.

E a fonte, rápida e fria,

Com um sussurro zombador,
Por sobre a areia corria,
Corria levando a flor.

Ai, balanços do meu galho,

Balanços do berço meu;
Ai, claras gotas de orvalho
Caídas do azul do céu!..."


Glória tinha razão. Aquilo era a coisa mais bonita do mundo. Pena que eu não pudesse contar pra ela que vira a poesia viver. Não era com flor, mas com uma porção de folhazinhas que caíam das árvores e iam embora para o mar. Será que o rio, esse rio vai também pro mar?... "

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

O estranho mundo de Jack


"O estranho mundo de Jack”, 1993, é uma animação que a primeira vista é um pouco sombria. Dirigido por Henry Selick e produzido e co-escrito por Tim Burton, o filme traz a história de Jack Skellington, ”O rei das abóboras”.  Morador da “Cidade do Halloween”, onde vivem criaturas como bruxas, vampiros e fantasmas, Jack é o centro do Dia das Bruxas, a festa que acontece anualmente no lugar. Porém o esqueleto está cansado da rotina, e deseja alguma coisa diferente para ocupar seu tempo. Assim, em uma noite após a festa, Jack sai andando pela floresta tristonho, e encontra uma árvore com um símbolo de Natal. Ao entrar nela, ele chega a um mundo diferente do dele, cheio de luzes, felicidade e paz. Era a “Cidade do Natal”.

Jack volta para casa e tenta explicar aos habitantes da cidade o que seria o Natal, porém nem ele mesmo consegue definir o que seja, mesmo assim, ele toma o Natal para si e depois de ler livros sobre a festa e fazer experiências loucas resolve mandar três crianças malvadas sequestrar Papai Noel, ou para ele “Papai Cruel”. As crianças acabam mandando o Bom Velhinho para o covil do Bicho Papão, que adora brincar de joguinhos com suas presas. Além disso, acaba tomando o lugar do Bom Velhinho. E agora, quem vai salvar o Natal?

Ao estilo de Tim Burton, bem fantasioso e sombrio como “Alice no país das maravilhas” ou “Edward mãos de tesoura” o filme foi feito utilizando-se stop - motion, uma técnica de animação que consiste em fotografar quadro a quadro, e depois montar para dar a impressão de movimento. A maioria das vezes é usada massinha para fazer a história. No caso deste filme foi utilizado, por exemplo, cerca 227 bonecos, com Jack possuindo cerca de 400 cabeças, uma para cada expressão. Com muita música e humor, o filme é uma boa opção para toda a família.

sábado, 6 de outubro de 2012

A culpa é das estrelas


De tempos em tempos aparecem histórias que compõe dois ingredientes: doentes terminais e um amor platônico. Na maioria das vezes temos um enredo meloso, cheio de chororó, aceitação da vida e frases de efeitos. "A culpa é das estrelas" é exatamente assim, mas de algum modo consegue inserir um toque de comédia e fofura que faz toda a diferença.

Hazel Grace  tem 16 anos, câncer nos pulmões, é obrigada a comparecer ao grupo de apoio e possui um carinho especial pelo livro "Uma Aflição Imperial". Uma garota de quem poderíamos sentir pena, mas que diferente disso, transmite uma elevada personalidade. Quando Hazel conhece Augustus inicia-se uma conexão, uma amizade colorida que é abordada durante todo o livro de forma natural e leve. Assistindo filmes, lendo livros, conversando sobre video-games ou a filosofia da vida, os dois juntos parecem um casal que deve e merece ficar juntos para sempre. Mas como nessas histórias de amor nada é fácil, eles terão que esperar o destino decidir por eles.

John Green escreveu um livro que realmente consegue abordar o drama e a comédia de maneira ideal. Hazel é uma garota carismática, que sabe de sua real condição não se iludindo quanto a isso, entretanto  continua caminhando para encontrar algo bom em sua vida. August é um cavaleiro, uma galante, um menino pelo qual todas nós piraríamos. Além disso, todos os personagens possuem traços humanos,  até Peter van Houten, afinal demoramos o livro inteiro para entender qual o seu papel na história, além de ser o ídolo convencido de Hazel.

Chorei, dentro do ônibus por sinal, e ri lendo "A culpa é das estrelas". Um livro que realmente nos faz pensar sobre o valor que damos a nossa vida e a dos que amamos, uma agradável surpresa.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Adeus, Lênin!


Dirigido por Wolfganger Becker, “Adeus, Lênin!”, 2003 narra a história de Alexander Kerner, Daniel Brühl , que vê sua vida mudar completamente com a queda do muro de Berlim em 1989. Vivendo na Alemanha Oriental junto com sua mãe e irmã desde que nasceu Alex, agora com 18 anos, começa a ficar insatisfeito com o governo. Porém sua mãe, Christiane (Katrin Sass), é uma defensora e idealista do Partido Socialista Unificado da Alemanha desde que seu pai, supostamente, os abandonou para ir morar na “outra” Alemanha. Assim, quando uma manifestação na qual Alex participa é reprimida, Cristiane vendo seu filho sendo brutalizado e preso, acaba sofrendro um colapso e entra em coma.

A mulher permanece neste estado durante oito meses, nos quais vários acontecimentos históricos ocorrem: O “Muro de Berlim” é derrubado e a Alemanha reunificada sob um governo capitalista. Alex e sua irmã Ariane vêem as mudanças rapidamente, pois o consumismo e as propagandas rapidamente ingressam na vida deles, o jovem consegue um emprego como vendedor de antenas parabólicas, e sua irmã abandona a universidade para trabalhar em uma unidade do Burger King-thru, além de Ariane arrumar um namorado da Alemanha ocidental. Quando Christiane finalmente despertar, o médico revela a Alex e sua irmã que a mãe deles não pode sofrer nenhum tipo de choque por causa de seu coração. Alex então entende que a melhor solução seria mentir para sua mãe e não revelar a ela as mudanças ocorridas durante sua estadia no hospital.

Os irmãos então regressam com a forma original do apartamento, já que haviam mudado e comprado vários móveis e nova decoração e voltam a se vestir como se estivessem na Alemanha oriental. Durante o decorrer do filme, Alex precisa correr atrás de alimentos já extintos, fazer programas de televisão, e contratar meninos para cantar para sua mãe. Porém, essas mentiras vão longe demais e Alex terá que tomar cuidado para não magoar as pessoas.

“Adeus, Lênin!” é extremamente agradável e mostra com clareza e leveza a reunificação da Alemanha. Com a história centrada em uma família, o filme mostra o processo do fim do socialismo e a reestruturação do capitalismo. Exemplos que vemos no filme, como o “primeiro alemão no espaço”, que se tornou taxista, e o importante líder do partido, que ficou esquecido, revelam a intenção do filme de mostrar a nova ordem mundial instaurada após os períodos de guerra.