“O Mundo dos Jornalistas”, escrito pela antropóloga Isabel Travancas, oferece ao leitor uma viagem por salas de redações, pautas, repórteres e jornalistas. Utilizando-se de entrevistas com profissionais do campo e a visão deles de sua profissão, ela constrói uma obra que tenta retratar o cotidiano dos jornalistas.
Isabel inicia seu livro relatando as novas transformações que ocorreram nas salas de redação, na década de 90. Como a primeira edição do livro foi publicada em 1993, e informatização do processo jornalístico estava em andamento, são vários os momento do texto em que ela evidência essa mudança que os jornalistas, principalmente os mais antigos, estavam sofrendo. Escrever em um computador; informatizar o processo de entrega das reportagens; não ter mais contato diretamente com o papel; tudo isso foi uma transformação radical, que hoje, já informatizados, não prestamos atenção.
Foi interessante ver como Isabel procurou averiguar a rotina dos jornalistas, buscando como o trabalho realmente é feito, visualizando as dificuldades, as parcerias e acompanhando repórteres desde sua chegada a redação até a produção e diivulgação da notícia. Nessa jornada, ela acompanhou três jornalistas: um de jornal impresso, um de rádio e outro de TV, reparando em cada detalhe de como é feito o trabalho. Como cada campo é diferente, mesmo tendo a mesma função de levar a notícia ao receptor, a autora procurou mostrar vários lados do jornalismo, o que contribui para o leitor conhecer um pouco mais de cada faceta da ocupação.
Porém, talvez apenas um dia não seja suficiente para definir uma profissão tão dinâmica como a de jornalista e, por isso, a autora buscou mais fontes para realmente criar a identidade jornalística. Profissionais novos e antigos mostraram sua visão do jornalismo como profissão, falaram da importância da aparência, do egocentrismo que é associado à profissão, bem como insatisfação com os baixos salários e os a alta carga de trabalho.
Isabel Travancas elabora uma obra procurando mostrar a paixão que a maioria dos jornalistas tem por sua profissão. Suas várias entrevistas compõe a imagem que o jornalista tem de sim mesmo, alguém que trabalha na função de informar e deseja reconhecimento por isso. Também mostra como a sociedade vê o profissional, como alguém presunçoso e sem escrúpulos. No fim, a autora consegue definir bem o jornalista, mesmo sendo superficial em certos momentos, pela rapidez que as informações apuradas pedem. Ela é direta, mas busca a realidade e isso é o principal ponto do livro, procurar descobrir como realmente é o mundo dos jornalistas.
P.S. - Vocês podem perceber que ultimamente, o jornalismo está sendo muito comentado
no blog. Como é final semestre, e tenho vários livros e resenhas
para fazer na faculdade, resolvi aproveitar algumas e postar aqui. Daqui a pouco volto com as resenhas de livros de ficção.
'eo mundo dos jornalistas Muito instigante essse livro principalmente para aqueles como ''eu'' que quer estar nesse mundo. uma leitura ótima que já comecei.
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