Páginas

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Sangue Quente

Primeiro vieram os vampiros, depois os anjos e finalmente os zumbis. A literatura de fantasia foi invadida pelos seres sobrenaturais bem rápido nos último anos, contribuindo para muitas leitoras se apaixonarem por mocinhos maravilhosos, mas um pouco inacessíveis. 

Sangue Quente, escrito por Isaac Marion, é um desses livros que transformaram seres antes bestializados pela cultura em geral em criaturas amáveis, belas e pacificadoras. Pelo menos, é assim que pode se classificar "R", o jovem zumbi que se apaixona por Julie, uma  humana esperta e rebelde, que ainda possui esperança de que o mundo, já  destruído por guerras e doenças, possa ser salvo. Ela apenas necessita encontrar um meio para isso, e é no encontro com R que os dois descobrem que juntos, podem contribuir para tal salvação.

Piegas, não? O livro possui seus momentos dramáticos e chorosos, mas nada que atrapalhe a diversão da leitura. A história é simples e o enredo é desenvolvido no tempo certo, não sendo ele assim, um livro cansativo. O que mais consegue prender o leitor são as ações dos zumbis, que possuem uma "cultura" própria, se casando, tendo filhos e escolas. Eles tem quase uma vida completa no aeroporto, com exceção que necessitam comer carne humana para se sustentar fisicamente, e o cérebro para terem novas sensações.

Já a relação entre R e Julie pode parecer um pouco superficial. Como o livro está em primeira pessoa, com R narrando, muitas vezes sabemos o que ele está pensando mas não temos a mínima ideia do que a moça está sentindo.  Tudo muito focado nele, com ele pensando nela o tempo todo. Outra coisa que incomoda é a presença dos "ossudos" e a falta de explicações para muitas situações que ocorreram ao final da narrativa. 

Sangue Quente é um desses livros para ler sem compromisso, daqueles que quando não se tem nada para ler, e queremos algo leve e divertido, pegamos. Dá para sair algumas risadas com R e M no início do livro, mas só. Durante a leitura a expectativa do livro vai caindo e, ao final, surge o pensamento: "Bom, foi apenas um livro. Existem melhores". 

P.S.- Foi adaptado para o cinema, com o incrível nome de "Meu namorado é um Zumbi".  Mas é divertido. 

P.S.2 - Perceberam que o autor é um homem?? Sim, todo mundo escreve sobre criaturas sobrenaturais sombrias que amam! Não existe preconceito no mundo da literatura! (Quem dera)

Nenhum comentário:

Postar um comentário