domingo, 27 de outubro de 2013

Bling Ring - A Gangue de Hollywood




O que dizer de um livro, de teor jornalístico, que abrange a futilidade da particular geração de adolescentes e jovens que vivemos hoje em dia? Bem, poderíamos dizer que é um livro muito esclarecedor, inteligente e crítico, que mostra uma parte da sociedade que está escondida em meio aos holofotes das mídias comunicacionais. Ao mesmo tempo, é uma narrativa que se atem a fatos interessantes e bizarros, que contribuem para a consolidação de uma discussão muito necessária nos dias atuais: Se não dermos limites às nossas crianças, o que elas se tornarão? 

Nancy Jo Sales resolveu escrever “Bling Ring” após elaborar um artigo para um jornal, com a história de alguns jovens de classe média e alta de Hollywood que resolveram invadir as casas de famosos como Lindsay Lohan, Orlando Bloom, Paris Hilton, para roubar seus pertences, como roupas e sapatos de grifes, relógios caros, e outros itens de valor. A partir do artigo, Nancy ficou motivada a descobrir o que se passava na cabeça desses jovens, que tinham tudo para viver, mas ainda assim necessitavam furtar objetos de casas alheias. 

Como uma boa jornalista, Nancy elabora sua história baseada nas poucas entrevistas que teve com alguns dos personagens. Nick Prugo é um dos principais rostos que compõe a história de Bling Ring. Um jovem que supostamente, por má influência e necessidade de amigos acabou sendo um dos iniciadores na gangue, juntamente com Rachel Lee. O perfil que Nancy traça do garoto é a de um jovem triste, supostamente arrependido de seus atos e com grande necessidade de aparecer na mídia, por motivos judiciais. Na verdade, todos os integrantes da gangue acabaram, uma hora ou outra, aparecendo na mídia em geral. Alexis Neiers, Diana Tamayo e Courtney Ames foram as outras principais integrantes do grupo. O perfil de Alexis é a de uma pessoa completamente fútil, falsa e interesseira. De todos os membros, ela é a mais intrigante, afinal já havia participado de um reality show e tinha a vida que desejava. 

A credibilidade de “Bling Ring” é constituída, além das entrevistas, por pesquisas, e principalmente pelo tato e cautela da autora. Como o livro é um resultado de um processo jornalístico, não sabemos se podemos confiar plenamente nos depoimentos ou lembranças subjetivas dos entrevistados. De qualquer maneiro, é elaborada uma análise completa dos jovens norte-americanos atuais. Eles bebem e se drogam cada vez mais cedo, muitas vezes sem o controle dos pais, que não se importam de seus filhos serem mais preocupados com a aparência,  do que com o bem estar alheio. 

Quanto à resposta da pergunta do primeiro parágrafo, é necessário ler o livro para esclarecimentos mais reveladores. Mas a história por si só já responde a pergunta. Se não controlarmos os jovens e nós, os jovens, não nos controlarmos, continuaremos achando que somos os donos do mundo. Ainda dá tempo de abrir os olhos e percebermos que a vida não são apenas marcas e dinheiro.

P.S.- A história, com o mesmo título, também foi adaptada para o cinema, por Sofia Coppola. 

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Cidade de Papel




“Cidade de papel” é um daqueles livros instigantes e diferentes, que apenas um autor com John Green poderia elaborar. Pelo menos é essa a opinião de alguém que leu dois de seus livros e ficou encantada pela maneira como o autor escreve e desenvolve suas histórias. Depois de “A culpa é das estrelas”, lido com muita facilidade, o leitor já se prepara para uma nova narrativa envolvente. E é agraciado com ela.

Não sei a ordem correta dos livros escritos por John Green, mas  “Cidade de Papel” conseguiu me conquistar, da mesma maneira do que o último que li. A história de um garoto nerd, apaixonado pela vizinha bonitona e popular pode parecer um pouco clichê em um primeiro momento. Entretanto ao ler o livro, a história se desenvolve de forma leve, com personagens bem carismáticos e definidos. Claro que eles não fogem do clichê, há muitos estereótipos, mas a história se desenvolve de uma maneira que aproxima o leitor da narrativa.

Assim, vamos a história. Quentin é um menino apaixonado por Margo. Quando crianças, os dois eram íntimos e amiguinhos, e agora eles apenas se cumprimentar de vez em quando na escola, ou nem isso. Até que um belo dia, Margo aparece no quarto do garoto pedindo uma carona para uma um “aventura na cidade”. Passada essa noite, inesquecível, ela simplesmente some, deixando alguns sinais de seu paradeiro para ele. Fulano fica então motivado a procurá-la, por todo o Estados Unidos se for possível, achando que era isso que fulana desejava.

O livro se torna cada vez mais interessante a cada página lida e capítulo terminado. Os personagens, principais e secundários, são bem definidos e carismáticos, oferecendo mais realidade a história e tornando-a menos enjoada. Quentin, por mais que seja nerd e tímido, é um garoto interessante, inteligente, que gosta do tédio. Que personagem na literatura atual gosta da monotonia do dia a dia? As maiorias dos personagens buscam pela aventura e pela quebra do cotidiano, enquanto Quentin cai de para-quedas no meio da confusão. E por mais que ele goste de Margo, não é uma coisa platônica e obsessiva.  

Já Margo é uma sonhadora, que busca pela verdadeira essência do mundo, mesmo sendo muito radical às vezes. Para a maioria da população, ela poderia ser chamada de louca e rebelde, mas é apenas uma idealista da causa, que busca a sinceridade do mundo.

Deste modo, ler este livro é um imenso prazer. John Green está conquistando milhares de brasileiros a cada história bem construída, que seja comovente, ou divertida. Seus livros já estão virando figurinha carimbada em várias estantes, reais ou imaginárias. Inclusive na minha.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Cidade dos anjos caídos - Cassandra Clare

O quarto livro da série Instrumentos Mortais, "Cidade dos anjos caídos" continua a saga de Clary, Simon, Jace e companhia, contra os poderes do mal  que insistem em circundar a vida desses personagens. Além disso, o romance no livro esteve presente de forma trágica e triste, causando grandes problemas para os personagens.

Clary e Jace passaram por muita coisa até chegar aqui, acreditando por um tempo que eram irmãos. Depois que esse fato foi esclarecido, o leitor poderia ficar otimista quanto ao relacionamento desses dois, mas qual não foi a decepção quando o casal continuou a ter problemas no quarto livro da série? Na verdade, Clary e Jace possuem um relacionamento difícil porque um não acredita no amor do outro, não se sentindo seguros no relacionamento.  O resultando são "forças malignas" se aproveitando da vulnerabilidade desses dois e um livro interessante. 

Crianças estão aparecendo mortas e com aspectos demônicos no mundo dos mundanos. Clary está preocupada que alguém esteja tentando criar crianças poderosas e horríveis,  assim como Sebastian. Ela então, sai em busca de uma resposta para a questão, enquanto Jace tenta enfrentar seus próprios demônios que o afastam da ruivinha.

Jace e Clary ficaram um pouquinho chatos com todo o "mimimi" que fizeram. Como já foi dito, eles não acreditam que podem ficar juntos, e sempre há um problema para separá-los.  Quem realmente roubou a cena foi Simon e a diva, Isabelle. Finalmente o vampiro ganhou o destaque que merece, virando um garanhão e sendo importante para o desenvolvimento final da história. E Isabelle... Ela abriu seu coração para alguém, deixando de ser uma pessoa dura como pedra. 

Os livros desta coleção são interessantes por não enrolarem, possuírem uma história cativante e adicionarem personagens apenas quando são necessários, como Kyle. Gostei do personagem e o que ele significou para os outros.  Os personagens de Cassandra são bem pensado e carismáticos, mesmo os vilões, contribuindo para que o livro fique constantemente interessante. Mesmo quando os personagens principais não estão envolvidos, a história mantem sua qualidade. 


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