quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Literatura e TV, um casamento que às vezes dá certo

A literatura sempre foi adaptada para diversos outros meios de comunicação, ou melhor, outros meios de diversão. Desde o início do cinema, por exemplo, livros e contos vêm sendo adaptados às telas, mas de uma maneira diferente. O cinema apareceu como uma nova linguagem, sendo necessário assim, mudar certas características da história para se encaixar melhor em um filme, não havendo necessidade de fidelidade completa à obra. 

Do mesmo modo, as séries de TV sempre gostaram de adaptar obras literárias, principalmente aquelas que são consideradas “Best seller” e clássicos. Sofrendo críticas ou elogios, desesperando fãs ou incentivando outros, o mundo dos seriados de TV sempre andou junto com os livros. A cada ano, mais seriados baseados na literatura são produzidos. 

Nesta matéria tratarei e citarei vários que você pode já ter assistido, ou que pode se interessar e passar a acompanhar. Estreando em setembro, Sleepy Hollow é baseado no conto de A lenda do cavaleiro sem cabeça – The Legend of Sleepy Hollow no original – escrito porWashington Irving e publicado pela primeira vez em 1820. O seriado terá como protagonista Ichabod Crane (Tom Mison), um professor do século XVIII, que acaba cortando a cabeça de um soldado em batalha. Ele, misteriosamente, chega aos dias atuais e se junta à xerife da cidade de Sleepy Hollow, na investigação dos estranhos assassinatos que estão ocorrendo lá. Detalhe: O assassino não tem cabeça.






Agora, estreando em outubro, o Spin-off de Once upon a time, Once Upon A Time: in Wonderland contará a história de Alice, a personagem escrita por Lewis Carroll. Após ir ao Mundo das maravilhas e viver aventuras, Alice volta ao mundo real sofrendo com a perda do seu amor, um gênio. Sem acreditar no que a moça diz, o pai de Alice a interna no hospício, mas isso não será capaz quando ela descobre que o gênio ainda está vivo.



Outro seriado que também promete mexer com os sentimentos dos amantes de livros é Drácula. A série não se baseará no livro homônimo de Bram Stoker, mas terá o personagem principal do livro, o Conde Drácula, como o protagonista da série. Ambientada por volta de 1890, a trama focará na chegada em Londres do Drácula que exteriormente posa de empresário, mas na verdade só quer se vingar de pessoas do seu passado. No caminhar da carruagem vingativa, ele conhece Mina Murray, que o lembra sua falecida esposa.





E falando em vampiros, True Blood, agora em sua sexta temporada pela HBO, é baseada na coleção de livros The Southern Vampire Mysteries (As Crônicas de Sookie Stackhouse, no Brasil) da autora Charlaine Harris. Já The Vampire Diaries, baseado na coleção de mesmo nome da autora L. J. Smith, é um seriado que ficou bem famoso, ao retratar a paixão dos irmãos vampiros Damon e Stefan Salvatore por Elena, uma mortal. A quinta temporada do seriado estreará no final do ano.

Enquanto os vampiros são um sucesso, os bruxos caíram da vassoura. A adaptação de The Secret Circle, também obra de L. J. Smith, foi vinculada em 2011/2012 na TV, mas não conquistou o público e foi cancelada pelo canal The CW. A história tem como protagonista Cassie, uma garota que após a morte da mãe, vai para a cidade natal da avó e descobre que é uma bruxa, se juntando com outros bruxos para formar o círculo.

Magia também não faltou em Merlin, com duração de 5 temporadas, de 2008 a 2012. Baseada na história do Rei Arhur, o enredo focava no seu serviçal, Merlin, um mago que salvou Arthur muitas e muitas vezes em uma terra, Camelot, onde é proibida magia. Nesse caso, o seriado dialogou com a lenda que há em torno desse rei, que se encontra aos montes na literatura. A primeira menção deste personagem, de acordo com estudiosos, foi em um poema galês atribuído a Aneirin, que chama-se “Gododdin”. Depois de alguns outros escritos, Geoffrey de Monmouth escreveu no início do século 12, o popular “Historia Regum Britannae” (História dos Reis Britânicos), que ficou bastante famoso na época. De lá para cá, a lenda se espalhou e hoje temos diversos títulos, muito deles best sellers, que o trazem como tema. São os casos de: As brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley, As crônicas de Merlin, de Mary Stewart e as As crônicas do Rei Arthur, de Bernard Cornwell.

Dexter, que está em sua última temporada, e Hannibal, que finalizou sua primeira em junho, são dois seriados que destacam serial-killers, trazidos da literatura. Dexter é uma coleção que já teve 6 livros publicados no Brasil. Já o personagem Hannibal Lecter, que dá nome ao seriado, é uma figurinha carimbada no cinema e na literatura, presente em 4 volumes do autor Thomas Harris. O seriado é focado em seu primeiro livro da série, “Dragão Vermelho”, lançado em 1981.

Game of Thrones, talvez seja uma das séries de TV mais famosas do mundo, mas muitos já conheciam a história pelos livros de George R. R. Martin, dos quais o primeiro exemplar foi lançado em 1996. Com as cinco obras já lançadas, e a torcida dos fãs para que ela não morra antes de chegar à sexta, Game Of Thones é um sucesso mundial por conseguir manter os fãs ativos, seja na literatura, na TV, na internet ou no mundo dos games.

A já encerrada Gossip Girl, a arrastada Pretty Little Liars, a rejeitada The Lying Game, e a renomadaSex and the City, são séries que foram inspiradas em livros teens ou considerados muitas vezes “femininos”. Além disso, inspirado no personagem Sherlock Homes, de Sir Arthur Conan Doyle, vemos na TV dois seriados: Sherlock e Elementary, onde neste último, temos um detetive de Nova York e um Watson versão feminina. Mas o que pouca gente sabe, é que o seriado Bones, que irá para a nona temporada este ano, é inspirado nos livros de Kathy Reichs, uma das melhores antropólogas forenses dos EUA, que também escreve romances policias.

No Brasil, também vemos diversos seriados que estabelecem esse diálogo com a literatura. A Pedra do Reino, microssérie exibida pela Rede Globo em 2007, foi inspirada em Romance d’a Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, de Ariano Suassuna. Antes disso, em 1993, O alienista, de Machado de Assis, e Agosto, de Rubens Fonseca, foram adaptados para as telas da TV globo. Já em 1994, foi a vez o romance de Érico Veríssimo, Incidente em Antares, migrar para a TV. O auto da compadecida, também de Suassuna. Hilda Furacão, Memorial de Maria Moura, Os Maias e A casa das sete mulheres são algumas minisséries baseadas em livros que também foram adaptadas pela emissora, assim como Capitu, série baseada em Dom Casmurro, de Machado de Assis, de 5 capítulos veiculada pela TV Globo em 2008.

E é claro que, no Brasil, as telenovelas também não escaparam das adaptações literárias. Éramos Seis, escrito por Maria José Dupré, foi adaptado 4 vezes, de 1958 a 1994, por 3 emissoras diferentes, Rede Tupi, SBT e Record. Helena, de Machado de Assis, também teve 3 adaptações de 1952 a 1987, assim como A escrava Isaura teve 2, ambas na Rede Globo. Essa emissora é conhecida como a maior produtora de telenovelas do Brasil, mas em 2005, quem roubou a cena foi a Rede Record, ao exibir Essas Mulheres, uma novela que juntava três obras de José de Alencar: Senhora, Diva e Lucíola. A título de curiosidade, O morro dos ventos uivantes, clássico da literatura internacional, também foi adaptado de fevereiro a julho de 1967 na TV Excelsior.

As adaptações criam muitas divergências entre os fãs da literatura, mas ao mesmo tempo ilustra fisicamente aquilo que temos em nossa imaginação. Além disso, descobrimos muitos livros pelas adaptações da TV, e isto é o interessante nessa relação livro/Televisão, é sempre enriquecedor para dos dois lados.

Texto elaborado por mim, mas inicialmente postado no site Literatortura.

domingo, 11 de agosto de 2013

O lado bom da vida




Pat passou algum tempo no hospital psiquiátrico e agora está de volta a casa de sua família. Sem saber realmente quanto tempo passou no "lugar ruim", o ex-professor de história apenas deseja voltar para sua ex-mulher, Nikki. Ele não se lembra porquê foi internado, mas sabe que precisa se esforçar para reconquistar a ex-mulher. Pat faz de tudo: Lê livros recomendados por ela para seus alunos, faz exercícios para conseguir um corpo sarado e até entra na dança com Tiffany, cunhada viúva de seu melhor amigo, que não parece muito feliz com a vida. 

"O Lado bom da vida" é um daqueles livros de leitura rápida e inteligente.  A história consegue prender a atenção do leitor pela vivacidade dos personagens, a história criativa e o texto bem estruturado e amarrado. 

Os personagens do livro são interessante por serem humanos. Pat fez um ato inconsequente gerado, provavelmente, por um distúrbio emocional e sofreu as consequências. Tiffany teve uma grande perda e conseguiu sobreviver apenas procurando em outros homens consolo, ou algo parecido. A mãe de Pat precisava que alguém lhe abrisse os olhos para ela se valorizar um pouco, enquanto o Dr. Patel, o psiquiatra, tornou-se mais que um médico para seu paciente e, o irmão do moço, esteve sempre ali para ajudar Pat, mesmo quando ele não queria. Ou seja, os personagens conseguem passar veracidade e amor, mesmo quando são burros e estúpidos.

Pat transmite durante todo o livro uma sabedoria e uma intensidade em suas emoções que comovem o leitor mais sensível. Nós tornamos amigos íntimos de Pat. Ficamos com raiva de Nikki, tentamos entender o que Tiffany deseja e porque o pai do moço é tão bravo. No final, percebemos que ninguém é normal, nem no livro, nem na vida.

O livro é muito melhor que o filme. Isso sempre se ouve, mas é bom destacar. Para você que viu o filme primeiro, assim como eu, não deixe de ler o livro, é muito mais completo. 

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O silêncio dos inocentes

Livros de suspense policial devem possuir um bom ritmo, terem personagens fortes e uma história que prenda o leitor e o faça ler o livro até o final com as mesma ansiedade do início. "O Silêncio dos Inocentes" possui todas essas características e um pouco mais. O livro surpreendeu a esta leitora que aqui vos escreve por um único fato: já tinha visto o filme, conhecia toda a história de cabo a rabo e, do mesmo modo, a leitura foi realizada de maneira rápida e rasteira, prestando a atenção em todos os fatos e assassinatos. 

Um serial killer, conhecido como "Buffalo Bill" está matando mulheres e as esfolando por todo os EUA. Jack Crawford é o detetive encarregado de descobrir sua identidade e para ajudá-lo, ele encarrega Clarice Starling, uma detetive que ainda está na escola do FBI e nunca foi a campo. Durante as investigações, os dois esbarram com os conhecimentos e segredos de Hannibal Lecter, um famoso e perigoso assassino em série que está preso, mas ainda não perdeu a capacidade de manipulação. Hannibal, inicialmente, é contactado por Clarice apenas para um questionário de rotina, porém ele acaba soltando informações sobre Bill e chamando a atenção da detetive que percebe que Hannibal é perigoso, mas essencial para a captura do criminoso.

Hannibal é o personagem que, querendo ou não, mas se destaca no livro. Manipulador, consciente de seu poder psicológico, inteligente e, quem diria, carismático, Lecter é um assassino que pode ganhar a torcida do público. Clarice também se destaca, sendo uma personagem forte e determinada, possuindo cabelos brilhantes e o charme de uma policial. Já Jack é um homem duro, podemos dizer.

"Silêncio dos inocentes", de Thomas Harris, é o segundo livro publicado da série que trata de Hannibal, e o terceiro se pensarmos nos acontecimentos. Li ele primeiro porque já tinha visto o filme, deixei as surpresas para os próximos. Hannibal é um personagem que roda o mundo, estando presentes em filmes, seriados e livros. Uma figura difícil de se esquecer. 

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