domingo, 24 de fevereiro de 2013

O Último Reino

Sempre tive curiosidade de ler um livro de Bernard Cornwel. Queria ler mesmo a série "As crônicas de Arthur", mas por enquanto tive em mãos apenas "O Último Reino", o primeiro livro das Crônicas Saxônicas, e descobri que talvez esse não seja um caminho pelo qual eu queira seguir. Ou talvez sim, quem sabe?

Para explicar melhor esse impasse vamos ao livro. Eu gostei dele, realmente. O narrador, em primeira pessoa, passa uma certeza e leva você para dentro do livro. Uthred conta sua história desde criança, como foi capturado por um dinamarquês e inserido em uma cultura viking, como mesmo sendo escravo ele ganhou a confiança dos lideres e como Alfred, o chato rei de Wessex, influenciou em sua vida.

A guerra entre os pagões e os cristão são mencionados a todo o momento do livro. O que achei super interessante foi como o autor consegue contar a história das batalhas no território britânico e do rei Alfred, pela visão do personagem principal no livro. Poderíamos dizer que é uma aula de história um pouco mais colorida e interessante.

Agora, vamos ao porque de eu estar com um pezinho atrás para continuar com os outros volumes. Há muitas batalhas e eu, como leitora, as vezes tenho grande problemas em conseguir prestar atenção nelas. Mesmo com grande descrições, eu acabo  voando e quando percebo está tudo explodindo, os barcos já estão navegando, cabeças rolaram e muita gente morreu. Mas pelo menos sempre sei quem morreu e quem ganhou a batalha, não prejudicando nada da história propriamente dita. 

Então, como disse anteriormente, eu fico na dúvida se continuo ou não a ler a saga. As descrições das batalhas são tão bem feitas e merecem ser lidas com toda a minha atenção, elas são uma das principais características do livro e não seria justo não prestar toda a atenção nelas. Se não consigo lê-las, porquê pegar o livro? 

Mas por um lado, isso é bom, mostra que livros trazem sempre desafios para nós. Só devemos descobrir um jeito de vencer eles. Alguma dica?

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

SERIADOS: Buffy, a caça vampiros

Quando “Buffy, a caça vampiros” estreou eu tinha 4 anos de idade. Por isso mesmo, eu não acompanhei quando ela realmente passava, mas acabei vendo episódios picados na TV aberta e me apaixonando pela moça loira, seu vampiro lindão e seus amigos completamente loucos. Esse ano resolvi tomar vergonha na cara, parar de ver episódios perdidos e assistir tudo desde a primeira temporada. Sete temporadas de Buffy assistidas em menos de 2 meses. Sim, esse seriado é demais.

Na primeira temporada, somos apresentadas a Buffy (Sarah Michelle Gellar), uma jovem bonita, loira e poderosa que é caçadora de vampiros. Ela muda de colégio por causa dos problemas que essa caça ocasionou no passado, mas acaba chegando a “Boca do Inferno”, o lugar com maior incidência de demônios, vampiros e monstros do mundo. Mesmo querendo largar essa vida, é persuadida a continuar pelos perigos e por causa de seu sentinela, Rupert Giles (Anthony Stewart Head). Ela também conhece Xander Harris (Nicholas Brendon), Willow Rosenberg (Alyson Hannigan) e Cordelia Chase (Charisma Carpenter), que acabam descobrindo seu segredo e a ajudando a salvar muitas vezes o colégio. Mas o que verdadeiramente move Buffy é Angel (David Boreanaz), o vampiro com alma, por quem ela se apaixona. Podemos dizer que a primeira temporada é fraquinha e curta, mas essencial para iniciar o seriado.

Como não esquecer a segunda temporada do seriado, a melhor sem a mínima dúvida, quando Angel perde sua alma novamente e se junta a Spike (James Marsters) e Drusilla (Juliet Landau) para aterrorizar Buffy. Com muito drama, Buffy acaba matando o namorado para conseguir salvar o mundo, perpetuando seu destino. Terceira temporada chega e lembramos de Faith (Eliza Dushku), que apareceu depois da morte de Kendra (Bianca Lawson). Faith é uma das personagens que dividia o coração dos fãs, uma hora super gente boa, carismática, feliz, outra hora surgindo como inimiga e capanga do prefeito que queria ascender um demônio puro-sangue. Quase morta, ela volta mais tarde para se vingar.

Na quarta temporada Buffy e Willow vão para a faculdade e é lá que a caçadora encontra Riley Finn, com quem acaba namorando mais tarde. Centralizada em “A Iniciativa”, essa temporada foi a mais sem graça, exceto pela aparição de Tara (Amber Benson) e a permanência de Anya (Emma Caulfield). Quinta temporada, Spike se apaixona por Buffy e surge a chave, a chata da Dawn. Na Sexta temporada, Buffy retorna dos mortos, ela que pobrezinha estava no céu, e tem que enfrentar a Willow do mal. Na sétima e última temporada, um monte de futuras caçadoras surgem para ajudar Buffy a exterminar o “Primeiro Mal”, que quer destruir o mundo.

Bom, essa só foi uma pequena retrospectiva para um grande seriado. Episódios como “O desejo”, da terceira temporada, onde Annyanka concede um desejo a Cordelia e faz buffy desaparecer, “O Silêncio” da quarta temporada, um episódio inteiro onde ninguém fala quase nada, ou “The Body”, da quinta temporada, onde a mãe de Buffy falece e temos um episódio inteiro em pleno silêncio, são exemplos de como “Buffy, a caça vampiros” era especial e de possuía qualidades inquestionáveis. O roteiro era ótimo, o ritmo das temporadas bem controlado e as atuações eram excelente.

A comédia sempre esteve presente em Buffy. Anya, Giles e Xander foram os principais precursores de minha risadas. Porém, como nada é perfeito, sempre achei o relacionamento de Tara com Willow meio chatinho, assim como nunca suportei Dawn.

A amizade de Buffy com Willow e Xander complementa todo o seriado de uma forma perfeita. Com uma amizade que não via limites e que superava todos os obstáculos, os três permaneciam juntos nos piores momentos. Eles superavam tudo, sejam monstros, apocalipses, criaturas estranhas, vampiros, bruxas más e a até a própria morte.

Outra coisa que movia a série e, não posso deixar de falar, foram os relacionamentos de Buffy. Angel com certeza, foi o mais amado e mais lindo personagem masculino que passou pela série. Ele era perfeito, doce, romântico, protetor e lindo. Pena que permaneceu só 3 temporadas. Senti muita falta. Outro par da moça foi Riley, que realmente não conseguiu manter uma boa química com Buffy e foi dispensado rápido. Quanto a Spike, penso que ele foi essencial para Buffy, sempre gostei dele e foi bom enquanto durou a obsessão dele por ela.

Como sempre digo, Buffy foi um dos seriados mais completos que já existiram, sendo o precursor do amor entre vampiros na TV e das séries de sobrenatural. Um seriado que merece ser visto, revisto e explorado.

A versão oficial desse texto você encontra aqui.  Escrevo reviews semanais e alguns especiais no site da Semana em série. Dê uma passadinha lá de vez em quando.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Nenhuma razão para partir





A alguns meses atrás o autor Seth Cameron, um pseudônimo,  me procurou perguntando se eu gostaria de um exemplar de seu novo livro "Nenhuma razão para partir". É claro que aceitei o livro, afinal sempre é bom adentrar em novas histórias  e ao mesmo tempo valorizar os autores brasileiros.

A história e bonitinha e romântica, e até chega a surpreender um pouco com a reviravolta final. James Knight, é um cirurgião-plástico de Nova York que desde que perdeu um primeiro amor na juventude não consegue encontrar uma paixão verdadeira. Sua única fonte de satisfação são as viagens missionárias que faz e a lembrança de sua avó, que vive no Brasil. Porém, tudo muda quando ele conhece Maria, uma jovem bonita e inteligente, que também está interessada nele. Mas por desventuras do destino e complicações sem sentido,  James terá que decidir em viver seu novo amor ou seguir as regras da sociedade em que vive.

Os personagens de "Nenhuma razão para partir" são bem estruturados, os diálogos são simples e diretos, algo que me atraia, e o enredo é prático, mas ao mesmo tempo atrativo.  O personagem narra em primeira pessoa, oferecendo uma aproximação com o leitor, mas isso teve suas desvantagens. A todo momento, o narrador-personagem se desculpa pela repetição de fatos e comentários, muitas vezes que eu nem percebi que estavam se repetindo. Isso acontece muito no início do livro, o que o faz ficar um pouco cansativo. Entretanto quando essa repetição de desculpas termina, o livro fica bem mais interessante.
 

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Metas para 2013

Esse ano, com a reposição das minhas aulas ocasionadas pela greve, estou percebendo que será difícil arranjar tempo para ler. Mas mesmo assim, eu vou conseguir algumas horas ociosas, e preciosas,  e  manter meu nível de leitura. Durante o mês de janeiro, fui pensando na minha lista de Metas para 2013, completando ela com as promoções do Submarino. Alguns clássicos que sempre quis ler, um livro de Stephen King, que vergonhosamente confesso que nunca li, e outros atuais estão na lista. Alguns deles vocês encontram abaixo:


Os Miseráveis (2 volumes)
"A riqueza imagística e formal de sua lírica fez de Victor Hugo o maior poeta francês, e um dos seus mais importantes prosadores.Hugo produziu várias obras-primas, em verso e prosa. Seu monumental romance épico Os Miseráveis (2 volumes), publicado ainda quando estava no exílio, em 1862, foi um dos maiores acontecimentos literários da época, e continua a encantar leitores de todo o mundo. Romance social marcado por uma vasta análise de costumes da França do século XIX, Os Miseráveis revela uma grande complexidade tanto sob o ponto de vista da escrita como da própria trama ficcional, misturando realismo e romantismo. A obra é uma poderosa denúncia a todos os tipos de injustiça humana. Narra a emocionante história de Jean Valjean - o homem que, por ter roubado um pão, é condenado a dezenove anos de prisão, até a sua morte iluminada pelo sofrimento. Os Miseráveis é um livro inquietantemente religioso e político. "

501 grandes escritores
"Ilustrado por fotos, desenhos, pinturas e capas, '501 Grandes Escritores' reúne grandes nomes da literatura mundial, desde Homero aos escritores contemporâneos, passando pelos movimentos e estilos. Esta coletânea oferece uma avaliação crítica do conjunto da obra de cada autor e explica por que eles merecem ainda ser lidos. Os escritores aqui presentes foram escolhidos por fatores como reconhecimento público e crítica, originalidade e influência intelectual. Entre eles não estão apenas os que escreveram poesias ou romances, essa seleção abarca diferentes gêneros, incluindo ficção cinentífica e infantojuvenil, memórias e autobiografias, contos e novelas, peças e ensaios, entre outros. Apresentados em ordem cronológica, os 501 autores formam um painel do desenvolvimento da literatura ao longo de mais de dois milênios de história. Foram inseridos 24 nomes de autores brasileiros, além dos três que já apareciam na edição inglesa."
                                          
As vantagens de ser invisível
"Ao mesmo tempo engraçado e atordoante, o livro reúne as cartas de Charlie, um adolescente de quem pouco se sabe - a não ser pelo que ele conta ao amigo nessas correspondências -, que vive entre a apatia e o entusiasmo, tateando territórios inexplorados, encurralado entre o desejo de viver a própria vida e ao mesmo tempo fugir dela.
As dificuldades do ambiente escolar, muitas vezes ameaçador, as descobertas dos primeiros encontros amorosos, os dramas familiares, as festas alucinantes e a eterna vontade de se sentir "infinito" ao lado dos amigos são temas que enchem de alegria e angústia a cabeça do protagonista em fase de amadurecimento. Stephen Chbosky capta com emoção esse vaivém dos sentidos e dos sentimentos e constrói uma narrativa vigorosa costurada pelas cartas de Charlie endereçadas a um amigo que não se sabe se real ou imaginário.
Íntimas, hilariantes, às vezes devastadoras, as cartas mostram um jovem em confronto com a sua própria história presente e futura, ora como um personagem invisível à espreita por trás das cortinas, ora como o protagonista que tem que assumir seu papel no palco da vida. Um jovem que não se sabe quem é ou onde mora. Mas que poderia ser qualquer um, em qualquer lugar do mundo"
 

A História sem Fim
 "A História sem Fim" é a mágica aventura de um garoto solitário que passa através das páginas de um livro para um reino muito particular, o reino da fantasia. Nesta terra imaginária, numa busca original e cheia de perigos, Bastian descobre a verdadeira medida de sua própria coragem e aprende também que até ele tem capacidade para amar. O texto impresso em duas cores, verde e vinho, as belas ilustrações das aberturas dos capítulos completam o clima de encantamento que envolve o leitor"

Dom Quixote
"Obra concebida como novela curta e escrita em duas partes distintas, Dom Quixote foi inspirado em um caso real de loucura. Opondo-se à irrealidade das novelas de cavalaria, ainda muito lidas na Espanha da época, Cervantes teria pretendido fazer uma sátira dessa "propaganda" cavaleiresca e dos que se armavam cavaleiros às cegas. Mas a caricatura de um estilo fantasioso se transformou no retrato da aventura humana, no perfil do homem dividido entre o sonho e a realidade. A influência de Dom Quixote - uma das maiores obras-primas da literatura de todas as épocas - estendeu-se, através do tempo, a escritores, pintores, escultores, dramaturgos, cineastas, músicos, cada um dando sua versão pessoal do "cavaleiro da triste figura" e de seu fiel escudeiro: Dom Quixote e Sancho Pança."

A Estrada da noite
"Uma lenda do rock pesado, o cinqüentão Judas Coyne coleciona objetos macabros: um livro de receitas para canibais, uma confissão de uma bruxa de 300 anos atrás, um laço usado num enforcamento, uma fita com cenas reais de assassinato. Por isso, quando fica sabendo de um estranho leilão na internet, ele não pensa duas vezes antes de fazer uma oferta.
"Vou ´vender´ o fantasma do meu padrasto pelo lance mais alto..."
Por 1.000 dólares, o roqueiro se torna o feliz proprietário do paletó de um morto, supostamente assombrado pelo espírito do antigo dono. Sempre às voltas com seus próprios fantasmas - o pai violento, as mulheres que usou e descartou, os colegas de banda que traiu -, Jude não tem medo de encarar mais um.
Mas tudo muda quando o paletó finalmente é entregue na sua casa, numa caixa preta em forma de coração. Desta vez, não se trata de uma curiosidade inofensiva nem de um fantasma imaginário. Sua presença é real e ameaçadora.
O espírito parece estar em todos os lugares, à espreita, balançando na mão cadavérica uma lâmina reluzente - verdadeira sentença de morte. O roqueiro logo descobre que o fantasma não entrou na sua vida por acaso e só sairá dela depois de se vingar. O morto é Craddock McDermott, o padrasto de uma fã que cometeu suicídio depois de ser abandonada por Jude.
Numa corrida desesperada para salvar sua vida, Jude faz as malas e cai na estrada com sua jovem namorada gótica. Durante a perseguição implacável do fantasma, o astro do rock é obrigado a enfrentar seu passado em busca de uma saída para o futuro. As verdadeiras motivações de vivos e mortos vão se revelando pouco a pouco em A estrada da noite - e nada é exatamente o que parece.
Ancorando o sobrenatural na realidade psicológica de personagens complexos e verossímeis, Joe Hill consegue um feito raro: em seu romance de estréia, já é considerado um novo mestre do suspense e do terror."

Êxtase
"No quarto e último aguardado livro da série Fallen, Luce e Daniel estão juntos e parece que nada mais vai separá-los. O problema é que o destino amaldiçoado de uma mortal e de um anjo caído promete surpresas. O céu está escuro com asas… Como a areia numa ampulheta, o tempo está se esgotando para Luce e Daniel. Para parar Lúcifer de apagar o passado eles devem encontrar o luga onde os anjos caíram na terra. Forças sombrias estão atrás deles, e Daniel não sabe se consegue fazer isso—viver só para perder Luce uma vez e mais outra. No entanto, juntos, eles enfrentarão uma batalha épica que deixará corpos sem vida… e poeira de anjos. Grandes sacrifícios são feitos. Corações são destruídos. E de repente, Luce sabe o que deve acontecer."

O feiticeiro e a sombra
"Numa terra longínqua chamada Terramar vive o maior de todos os arquimagos. O seu nome é Gued, mas há muito tempo atrás, ele era um jovem chamado Gavião, um ser estranho, irrequieto e sedento de poder e sabedoria, que se tornou aprendiz de feiticeiro. Neste livro conta-se a história da sua iniciação no mundo da magia e dos desafios que teve que superar depois de ter profanado antigos segredos e libertado uma negra e pérfida sombra sobre o mundo. Aprendeu a usar as palavras que libertavam poder mágico, domou um dragão de tempos imemoriais e teve que atravessar perigos de morte para manter o equilíbrio de Terramar. No meio de um suspense quase insustentável, de encontros místicos, de amizades inquebrantáveis, de sábios poderosos e de forças tenebrosas do reino das trevas e da morte, Gued não pode vacilar, qualquer fraqueza sua fará perigar o equilíbrio que sustenta o mundo… e a sombra maléfica que ele libertou, gélida e silenciosa, só está í espera desse momento para devastar, com as suas asas negras, o mundo inteiro."

Codinome Cassandra
"Jessica Mastriani foi tachada como a “Garota do Raio” pela imprensa quando ela desenvolveu uma habilidade psíquica de encontrar crianças desaparecidas depois que foi atingida por um raio, durante uma grande tempestade. Agora Jess perdeu seu poder milagroso... Ou pelo menos é o que ela gostaria que a imprensa e o governo acreditassem. Tudo o que ela quer é ser deixada em paz. Mas parece que Jess não vai conseguir realizar seu desejo — especialmente quando está trabalhando em um acampamento de verão para crianças com genialidades musicais. Quando o pai de uma criança desaparecida aparece implorando para Jess encontrar a sua filha, Jess não consegue dizer não. Agora os agentes federais estão na sua cola novamente, assim como um padrasto malandro, que gostaria de ver a Garota do Raio, bem, morta."

A Princesinha
"A princesinha conta a história de Sara Crewe, uma menina rica que perde tudo quando lhe acontece uma terrível tragédia. Obrigada a trabalhar como empregada, a passar frio e fome, ela continua a preservar sua nobreza, e assim consegue manter seu orgulho e sua generosidade"









domingo, 3 de fevereiro de 2013

O Miseráveis - Musical


Não é surpresa para ninguém que eu possuo um amor incondicional por "Os Miseráveis", de Victor Hugo. Já li uma adaptação literária, já vi alguns filmes,  mas só agora tive a oportunidade de comprar a verdadeira obra escrita pelo autor e ler calmamente. Mas eis que o Musical de "Os Miseráveis" estreou dia 1º de fevereiro nos cinemas do Brasil. Consegui o filme a muito tempo mas deixei para vê-lo no cinema, pois queria sentir o gosto de ouvir em alto e bom som, e ver em uma imagem límpida e grande esse filme, que conseguiu ser melhor do que eu esperava.

Para alguns o filme é longo, para outros existem músicas demais, mas para mim este é o que eu chamo de um filme perfeito. Eu adoro musicais, Jean Valjean e Anne Hathaway, por isso, a composição do filme foi do meu gosto. Agora, para quem não gosta de musicais nem adianta tentar ver o filme. Não existe quase nenhuma fala, é tudo cantado, tudo sentimentalista. O diretor Tom Hoope fez seus atores cantarem ao vivo, com um ponto no ouvido para acompanhar a música. Houve desafinações, pelo menos eu escutei, mas foi algo que veio junto com o personagem, triste e melancólico. Ás vezes ficou cansativo, mas não foi nada comparado com a totalidade do musical.

 As atuações foram impecáveis.  Hugh Jackman estava um digno Jean Valjean, no início do filme quase não o reconheci, já estava vestido com o personagem. Consegui enxergar ali alguém que merece o Oscar de melhor ator. Anne Hathaway, estava em seu melhor papel. Como todos citam, "I Dreamed A Dream", foi fenomenal pela atuação de Anne. Entre cada frase da música existem lágrimas, falta de ar, desespero e tristeza. Conseguimos sentir o que Fantini sente e se sentir desgraçada como ela.

Baron CohenHelena Bonham Carter levaram o toque de humor para o filme, como sempre. Os dois interpretaram o casal que cuida de Cossete e levaram um pouco de leveza para o filme. Já Amanda Seyfried, como Cossete, ficou um pouco apagada em relação aos outros personagens, com Samantha Barks ganhando mais destaque que ela no papel de Éponine. Russell Crowe foi o melhor Inspetor Javert que já vi, transparecendo toda a convicção  indecisão do personagem durante o filme.

Um destaque para como o roteiro e direção conseguiram elevar o interior dos personagens para o cenário e para nós. O Inspetor Javert e seu equilíbrio subindo em parapeito e pontes e a borboleta que aparece quando Cossete e Marius se encontram pela primeira vez,  são exemplos dessa exteriorização dos personagens, além das letras das canções, é claro, que os eleva a outro patamar de emoção. Não posso deixar de comentar a atuação Daniel Huttlestone, o pequeno Gavroche que colabora  com a revolução. A voz do menino, atuação e carisma deram algo a mais para a segunda parte do filme.

Diante disso, acho que já ficou explícito que eu realmente amei o filme. Toda a história me comove e faz com que eu me sinta péssima por reclamar diariamente sobre minha vida. Existem pessoas por esse mundo enorme, que realmente sofrem e estão passando pelos mesmo problemas da França de 1800. Existem pessoas,  até hoje, que roubam um pão para alimentar uma criança e vão para a cadeia. Existem pessoas que não são perdoadas pela sociedade e continuam a viver na miséria, seja financeira ou de espírito.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

A vida que ninguém vê



“A vida que ninguém vê”, de Eliane Brum, é recheado de histórias bem escritas e interessantes. As crônicas reunidas no livro começaram a ser publicadas em 1999, no jornal gaúcho Zero Hora, sempre contando com personagens do Rio Grande do Sul.

De maneira leve, mas ao mesmo tempo crítica, a autora traça perfis de pessoas simples, pouco conhecidas, mas que são o ponto central em seus próprios mundos. São cidadãos de bem, alguns um pouco diferentes do comum, lutando pelo que acham certo e por um pouco mais de dignidade na vida.

Poderíamos dizer que Eliane consegue enxergar a essência de seus entrevistados e traz isso para o papel. Seus textos transmitem de forma clara, e ao mesmo tempo poética, os fatos ocorridos com os personagens, sem deixar de lado as informações jornalísticas e as críticas sociais. Como ela mesma diz, muitos de seus personagens centrais são ignorados quando vistos nas ruas, marginalizados pela sociedade e invisíveis aos nossos olhos. São figuras que guardam dentro de si muitas histórias e lutas, mas que poucas vezes possuem a chance de se expressarem. Eliane deu essa chance a eles.

Seja um carregador de malas, um vendedor que incomoda todo mundo com seus gritos, um mendigo gente boa, um pai necessitado, um menino com dificuldades para se locomover, uma professora que deu vida a uma criança... Todos eles tiveram sua história contada.  Conhecemos essas pessoas a fundo e compartilhamos com elas algumas dores, surpresas e alegrias. Perfilhamos a fundo as curiosidades de suas vidas e as bizarrices cometidas por muitos. E pudemos ver algo além deles, algo que a autora passou para nós, a visão dela dos acontecimentos.

Os perfis traçados por Eliane conseguem configurar bem as pessoas, que são descrita, psicologicamente, pessoalmente ou profissionalmente, dependendo do foco que a autora quer fornecer ao seu texto. Mas na maioria dos textos o que prevalece são os sonhos dos personagens, de terem uma vida melhor e serem reconhecidos pela sociedade.

 Esse livro de jornalismo literário de Eliane Brum deve ser apreciado. Despojado, delicado e simples, talvez um pouco sensacionalista, mas nada agressivo. Para que traçar perfis de personagens já conhecidos por todos e que não possuem nenhuma similaridade com a vida da maioria das pessoas? É mais interessante o que Eliane bravamente se propôs a fazer, criar algo novo.

Diante de tantas obras literárias por aí, é imprescindível que todos nós tenhamos contato com esse livro, gostando ou não. Afinal, nem tudo que é de interesse coletivo, mas o conhecimento de novas formas de escrita e leitura são essenciais para todos.

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