
Sangue Quente, escrito por Isaac Marion, é um desses livros que transformaram seres antes bestializados pela cultura em geral em criaturas amáveis, belas e pacificadoras. Pelo menos, é assim que pode se classificar "R", o jovem zumbi que se apaixona por Julie, uma humana esperta e rebelde, que ainda possui esperança de que o mundo, já destruído por guerras e doenças, possa ser salvo. Ela apenas necessita encontrar um meio para isso, e é no encontro com R que os dois descobrem que juntos, podem contribuir para tal salvação.
Piegas, não? O livro possui seus momentos dramáticos e chorosos, mas nada que atrapalhe a diversão da leitura. A história é simples e o enredo é desenvolvido no tempo certo, não sendo ele assim, um livro cansativo. O que mais consegue prender o leitor são as ações dos zumbis, que possuem uma "cultura" própria, se casando, tendo filhos e escolas. Eles tem quase uma vida completa no aeroporto, com exceção que necessitam comer carne humana para se sustentar fisicamente, e o cérebro para terem novas sensações.
Já a relação entre R e Julie pode parecer um pouco superficial. Como o livro está em primeira pessoa, com R narrando, muitas vezes sabemos o que ele está pensando mas não temos a mínima ideia do que a moça está sentindo. Tudo muito focado nele, com ele pensando nela o tempo todo. Outra coisa que incomoda é a presença dos "ossudos" e a falta de explicações para muitas situações que ocorreram ao final da narrativa.
Sangue Quente é um desses livros para ler sem compromisso, daqueles que quando não se tem nada para ler, e queremos algo leve e divertido, pegamos. Dá para sair algumas risadas com R e M no início do livro, mas só. Durante a leitura a expectativa do livro vai caindo e, ao final, surge o pensamento: "Bom, foi apenas um livro. Existem melhores".
P.S.- Foi adaptado para o cinema, com o incrível nome de "Meu namorado é um Zumbi". Mas é divertido.
P.S.2 - Perceberam que o autor é um homem?? Sim, todo mundo escreve sobre criaturas sobrenaturais sombrias que amam! Não existe preconceito no mundo da literatura! (Quem dera)
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