sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Um pouco mais sobre... José Saramago

Biografia:

José de Sousa Saramago nasceu em 1922, em Azinhaga, aldeia ao sul de Portugal, numa família de camponeses. Autodidata, antes de se dedicar exclusivamente à literatura trabalhou como serralheiro, mecânico, desenhista industrial e gerente de produção numa editora.


Iniciou sua atividade literária em 1947, com o romance Terra do Pecado, só voltando a publicar (um livro de poemas) em 1966. Atuou como crítico literário em revistas e trabalhou no Diário de Lisboa. Em 1975, tornou-se diretor-adjunto do jornal Diário de Notícias. Acuado pela ditadura de Salazar, a partir de 1976 passou a viver de seus escritos, inicialmente como tradutor, depois como autor.


Em 1980, alcança notoriedade com o livro Levantado do Chão, visto hoje como seu primeiro grande romance. Memorial do Convento confirmaria esse sucesso dois anos depois. Em 1991, publicou O Evangelho Segundo Jesus Cristo, livro censurado pelo governo português - o que leva Saramago a exilar-se em Lanzarote, nas Ilhas Canárias (Espanha), onde viveu até a morte. Foi ele o primeiro autor de língua portuguesa a receber o Prêmio Nobel de Literatura, em 1998.

Entre seus outros livros estão os romances O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984), A Jangada de Pedra (1986), Ensaio sobre a Cegueira (1995), Todos os Nomes (1997), e O Homem Duplicado (2002); a peça teatral In Nomine Dei (1993) e os dois volumes de diários recolhidos nos Cadernos de Lanzarote (1994-7).

Faleceu em 18 de junho de 2010, em Lanzarote, Espanha

Obras

Romances
Terra do Pecado, 1947
Manual de Pintura e Caligrafia, 1977
Levantado do Chão, 1980
Memorial do Convento, 1982
O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984
A Jangada de Pedra, 1986
História do Cerco de Lisboa, 1989
O Evangelho Segundo Jesus Cristo, 1991
Ensaio Sobre a Cegueira, 1995
Todos os Nomes, 1997
A Caverna, 2000
O Homem Duplicado, 2002
Ensaio Sobre a Lucidez, 2004
As Intermitências da Morte, 2005
A Viagem do Elefante, 2008
Caim, 2009
Claraboia, 2011 




Peças teatrais
A Noite, 1979
Que Farei com Este Livro?, 1980
A Segunda Vida de Francisco de Assis, 1987
In Nomine Dei, 1993
Don Giovanni ou O Dissoluto Absolvido, 2005


Contos
Objecto Quase, 1978
Poética dos Cinco Sentidos - O Ouvido, 1979
O Conto da Ilha Desconhecida, 1997

Livros de poesia
Os Poemas Possíveis, 1966
Provavelmente Alegria, 1970
O Ano de 1993, 1975 


Crónicas
Deste Mundo e do Outro, 1971
A Bagagem do Viajante, 1973
As Opiniões que o DL Teve, 1974
Os Apontamentos, 1977 


Outros
Cadernos de Lanzarote (I-V), 1994
As Pequenas Memórias, 2006
Viagem a Portugal, 1983 

A Maior Flor do Mundo, 2001

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Sangue Quente

Primeiro vieram os vampiros, depois os anjos e finalmente os zumbis. A literatura de fantasia foi invadida pelos seres sobrenaturais bem rápido nos último anos, contribuindo para muitas leitoras se apaixonarem por mocinhos maravilhosos, mas um pouco inacessíveis. 

Sangue Quente, escrito por Isaac Marion, é um desses livros que transformaram seres antes bestializados pela cultura em geral em criaturas amáveis, belas e pacificadoras. Pelo menos, é assim que pode se classificar "R", o jovem zumbi que se apaixona por Julie, uma  humana esperta e rebelde, que ainda possui esperança de que o mundo, já  destruído por guerras e doenças, possa ser salvo. Ela apenas necessita encontrar um meio para isso, e é no encontro com R que os dois descobrem que juntos, podem contribuir para tal salvação.

Piegas, não? O livro possui seus momentos dramáticos e chorosos, mas nada que atrapalhe a diversão da leitura. A história é simples e o enredo é desenvolvido no tempo certo, não sendo ele assim, um livro cansativo. O que mais consegue prender o leitor são as ações dos zumbis, que possuem uma "cultura" própria, se casando, tendo filhos e escolas. Eles tem quase uma vida completa no aeroporto, com exceção que necessitam comer carne humana para se sustentar fisicamente, e o cérebro para terem novas sensações.

Já a relação entre R e Julie pode parecer um pouco superficial. Como o livro está em primeira pessoa, com R narrando, muitas vezes sabemos o que ele está pensando mas não temos a mínima ideia do que a moça está sentindo.  Tudo muito focado nele, com ele pensando nela o tempo todo. Outra coisa que incomoda é a presença dos "ossudos" e a falta de explicações para muitas situações que ocorreram ao final da narrativa. 

Sangue Quente é um desses livros para ler sem compromisso, daqueles que quando não se tem nada para ler, e queremos algo leve e divertido, pegamos. Dá para sair algumas risadas com R e M no início do livro, mas só. Durante a leitura a expectativa do livro vai caindo e, ao final, surge o pensamento: "Bom, foi apenas um livro. Existem melhores". 

P.S.- Foi adaptado para o cinema, com o incrível nome de "Meu namorado é um Zumbi".  Mas é divertido. 

P.S.2 - Perceberam que o autor é um homem?? Sim, todo mundo escreve sobre criaturas sobrenaturais sombrias que amam! Não existe preconceito no mundo da literatura! (Quem dera)

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Saiba quais são os escritores mais bem pagos de 2013

A revista norte-americana Forbes realiza anualmente listas sobre as personalidades mais bem pagas do ano. Entre as diversas categorias, que vão de DJs a atletas, existe uma que busca os autores mais bem pagos do ano, compreendendo os meses de Junho de 2012 e Junho de 2013. Os valores para esse cálculo são de estimativas e dados de vendas de obras publicadas, além de informações obtidas através de entrevistas com autores, agentes, editores e experts.

Alguns nomes dessa lista já são esperados por inúmeros leitores. Outros causarão desaprovação e, arrisco, até tristeza. O que devemos pensar é que a maioria desses autores escreve Best Sellers e, como todos sabem, os livros que estão na lista dos mais vendidos são em sua maioria livros comerciais. Então não é surpresa nenhuma o primeiro lugar e alguns outros nomes dessa lista.

Gostaria apenas de abrir um parêntese para tentar explicar o fenômeno Best Seller. Segundo especialistas, o crescimento desse tipo de literatura, incluindo as sagas de fantasia e livros de ficção, se deu após a explosão de O Senhor dos Anéis e Harry Poter, e ocorre devido à necessidade de evasão do leitor. Além disso, a predominância do gênero fantasia nessas listas deve-se ao gênero que dominava o mercado anteriormente, o esotérico, no qual o principal autor foi Paulo Coelho. Dessa forma, com exceção de O Senhor dos Anéis – o precursor da fórmula –, a literatura de Best Seller faz sucesso porque é familiar ao leitor.

Mas vamos parar de divagação e ir à lista. Do último para o primeiro, para gerar ansiedade:

16 – George R. R. Martin
Em décimo sexto lugar temos Martin, que recebeu R$27,72 milhões. A adaptação de Game of Thronespara a TV contribuiu para o aumento desse número. Martin também foi o autor que mais vendeu livros em formato brochura em 2012.


15 – J. K. Rowling (R$30,03 milhões.)
A autora de Harry Potter agora escreve para um público mais adulto. Seu faturamento vem de“The Cuckoo’s Calling”, publicado sob o pseudônimo de Robert Galbraith, e o lançamento de Morte Súbita, que contribuíram para seu ingresso na lista.


14 – Rick Riordan (R$32,34 milhões)
As sagas Percy Jackson, Os heróis do Olimpo e As crônicas dos Kane venderam mais de 5,6 milhões de exemplares em 2012, e dois dos seus três títulos infantis foram os mais vendidos do ano passado.

13 – David Baldacci (R$34,65 milhões)
David possui cerca de 25 romances publicados, todos eles considerados best-sellers.

12 – John Grisham (R$41,58 milhões)
Já com 18 romances publicados, John teve o segundo romance de capa dura mais vendido de 2012: O Corretor. O autor que escreve thrillers jurídicos irá lançar Sycamore Row provavelmente, em outubro de 2013.

11 – Dean Koontz (R$46,20 milhões)
Koontz é conhecido pelas séries Odd Thomas e Frankenstein publicados no Brasil. A temática principal de seus livros é o suspense e o gênero policial. E como bom autor de Best seller que se preze, seu livro Odd Thomas ganhará uma adaptação no cinema, mas sem data de lançamento ainda.
10 – Stephen King (R$46,20 milhões)
Stephen desceu na lista desde a do ano passado, na qual esteve em segundo lugar com um lucro de R$90,09 milhões. Os livros do gênero de terror do autor nunca ficam obsoletos e ultrapassados, afinal é difícil conseguir ler cerca dos seus 60 livros de uma só vez.

9 – Dan Brown (R$50,82 milhões)
Inferno, o último lançamento de Dan Brown, foi o livro mais vendido no primeiro semestre de 2013, mesmo não alcançando as vendas de O Código Da Vinci e O Símbolo Perdido. Ele estar na lista não é surpresa para ninguém.

8- Nora Roberts (R$53,13 milhões)
Nora possui cerca de livros 220 romances publicados. Mas o que a trouxe a essa lista foi o número de ebooks vendidos, em torno de 3,2 milhões de cópias digitais em 2012.


7 – Janet Evanovich (R$55,44 milhões)
A série Stephanie Plum, que conta a história de uma compradora de lingeries que perde seu emprego e torna-se uma caçadora de recompensas, é a principal fonte de dinheiro para Janet, já que esta coleção abriu caminhos para mais séries.

6 – Jeff Kinney (R$55,44 milhões)
O autor da série O Diário de um Banana já publicou 7 livros. O último, The Third Wheel, vendeu mais de 1,4 milhões de cópias no ano passado. Além disso, a série já rendeu 3 filmes.

5 – Danielle Steel (R$60,06 milhões)
Steel já escreveu cerca de 130 títulos em 40 anos de publicação. Entre livros infantis, poesias, não ficção e principalmente romances, ela já vendeu mais 600 milhões de cópias em todo o mundo.

4 – Bill O’Reilly (R$64,68 milhões)
Sua publicação Killing Lincoln ficou na primeira posição do New York Times em livros de não ficção de capa-dura. Seu próximo livro, Killing Jesus, segue a mesma temática do primeiro e será lançado em 24 de setembro desse ano.

3 – Suzanne Collins (R$127,05 milhões)
O filme Jogos Vorazes contribuiu para que Collins ficasse em terceiro lugar. A série Jogos Vorazes é um sucesso de vendas, mas não é apenas essa trilogia que Suzanne escreveu. “As Crônicas do Subterrâneo“ é uma série de 5 livros, também escrito pela autora.

2- James Patterson (R$210,21 milhões) 
Autor das séries Maximum Ride, Bruxos e Bruxas e Alex Cross, James Petterson vinha liderando a lista da Forbes alguns anos. Um em cada 17 livros de capa dura vendidos nos Estados Unidos são dele.

1- E.L. James (R$219,45 milhões)
Erika Leonard, ou E.L. James, adicionou a sua conta 11,5 milhões só dos direitos de adaptação de 50 Tons de Cinza e companhia. É sua primeira vez na lista, mas a grande venda de seus livros já avisavam que ela figuraria na lista.

Texto elaborado por mim, mas inicialmente postado no site Literatortura.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Os 10 personagens mais irritantes

Bella mantém seu rosto inexpressivo diante da lista.
Em todo livro, por menos que a gente queira,  existe aquele personagem chato e impertinente, que adora estragar a alegria alheia, se intrometer em assuntos que não lhe cabem, falar muita asneira e abobrinha ou apenas ser realmente incompreendidos por natureza. Eles podem ser vilões, personagens secundários e até mesmo os principais, contudo sempre estão incomodando alguém, principalmente o leitor. No Top 10 de hoje selecionei 10 personagens que possuem a incrível capacidade de irritar qualquer u, lembrando que a lista é pessoal. 

1- Bella Swan (Crepúsculo)
Bella Swan é uma chata de carteirinha, e não me venha falar que é preconceito ou algo do tipo, porque eu até gosto de Crepúsculo. Bella é mesmo irritante, cheia de "não me toques" e com uma amor incondicional por Edward que chega a ser patético.

2- Draco Malfoy (Harry Potter)
Draco conseguiu infernizar Harry Potter durante sete livros, de maneira aleatória e infantil. Ele não tinha um motivo justificável para implicar tanto com o bruxinho, e ainda era preconceituoso com Hermione e falava, e fazia, besteiras a vontade. Merece um lugar nesta lista. 

Tiffany não está nem aí por ter sido adicionada.
3- Tiffany - (O lado bom da Vida)
Tiffany é uma mulher que não possui a cabecinha no lugar, mas por um motivo aceitável. E é esse motivo que não faz o leitor desistir dela, e do livro, a cada capítulo que se passa. Ela fica correndo atrás de Pat, faz com que ele falte aos jogos que o cara tanto gosta, e fica irritando ele com joguinhos.

4- Luce (Fallen)
Eu gosto de Luce, mas isso não faz com que ela seja menos irritante, diria que ela é apenas suportável. Gosto de Fallen pela concepção da história, porque se fosse pela heroína eu passaria longe, afinal Luce é um pouquinho egoísta, fica adorando o namorado e ignora quase todo mundo que não tenha asas. 

5- Brian Jackson (Resposta Certa)
Brian quer ganhar a competição de perguntas e respostas, mas não sabe as respostas da própria vida e isso faz com que seja uma pessoa aborrecedora. Confesso que li o livro meio arrastada, e foi um decepção para mim, que tinha gostado tanto de "Um Dia", do mesmo autor. O personagem principal consegue ser tão infantil, que o leitor pode achar que trata-se de uma criança genia, só isso. 
Cat ignora. Ela possui um reinos e filhos para se preocupar.

Acho que todos que lêem minhas resenhas de "As Crônicas do Gelo e do Fogo", sabem o quanto eu detesto Cat. Não consigo engolir a personagem, por ser tão chata, possessiva, mandona e por não gostar de Jon.


7- Catherine e Heathcliff (O morro dos ventos uivante)
Eu não gostei de "O morro dos ventos uivantes" quando li, por achar que o amor de Catherine e Heathcliff é irritante. Cat é mimada, Heathcliff é egoísta e consegue magoar todo mundo com toda a sua delicadeza. Os dois personagens são a essência do livro, por isso recomendo-o apenas àqueles que querem chorar e se deprimir. 

8- Claire (Melancia)
Claire é uma personagem irritante, mas ao mesmo tempo interessante de se ler, se você me entende. Ela é divertida e, mesmo reclamando de toda a sua vida, consegue prender o leitor na história. 

Elena não acredita em seu infortúnio:
 "Por que estou nesta lista?" - Ela se questiona. 
9- Nietzsche (Quando Nietzsche Chorou)
Um dos maiores filósofos do mundo está intragável em "Quando Nietzsche Chorou". Nietzsche é um personagem egoísta, prepotente e metido. Mas pelo menos durante o livro ele vai evoluindo.

Elena é chata, dividida entre os dois irmãos, ela não sabe o que escolher, não consegue nem decidir se vive ou morre. Odeio gente indecisa. 

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Jornalismo Literário: Hiroshima

Às vezes eu me pergunto porque eu escolhi cursar jornalismo, uma profissão tão desvalorizada e mal compreendida, mas ao mesmo tempo tão importante para a sociedade. Entendo que, muitas vezes, os jornalistas não são um exemplo a se seguir pela sociedade. Mas quem nunca esteve na pele de um , não entende qual a responsabilidade de transmitir as informações e perspectivas, além de ser formador de opinião, para esta sociedade. O jornalismo atualmente é uma profissão difícil de se seguir, por dois simples fatores: Primeiro, a renda média de um jornalista em minha cidade, ou em qualquer lugar do Brasil,  nos dias fatídicos de hoje, é muito baixa. Segundo, não é necessário diploma para exercer essa profissão. Então, você se pergunta: Por que essa menina cursa jornalismo? Daí eu respondo: John Hersey, Tom Wolfe, Truman Capote, Gay Talese, etc... Esses autores me inspiram diariamente.

Esses são alguns dos autores de jornalismo literário mais conhecidos. O meu preferido é John Hersey. Esse moço aí escreveu Hiroshima, um livro que relata os bombardeios a cidade de Hiroshima, na Segunda Guerra Mundial, pela perspectiva de 6 personagens. Eles relatam o que aconteceu com eles, todo o sofrimento, o instinto de sobrevivência e a tristeza pós-bombardeio. O texto foi primeiramente publicado no Jornal The New Yorker em 1947. Durante todo o mês de agosto, foram publicados quatro partes: "Um clarão silencioso", "O fogo", "Investigam-se os detalhes" e "Flores sobre ruínas". Esses capítulos foram reunidos e mais tarde publicados no formato de um livro. Os livros atuais ainda contém um quinto capítulo, "Depois da catástrofe", que mostra como esses personagens estavam passados 40 anos. 

O artigo no jornal causou impacto em quem leu, principalmente por sua escrita tão reveladora e intensa. Esse tipo de jornalismo é sensacional, afinal o jornalista/autor, além de usar o conteúdo da fonte/personagem, consegue captar emoções pelos gestos e  expressões faciais. Não é apenas fazer perguntas, é transmitir para o papel tudo aquilo que o personagem vivenciou. John Hersey fez tudo isso com maestria. Lendo Hiroshima, eu me coloquei no lugar do Reverendo Kiyoshi Tanimoto e do Padre Wilhelm Kleinsorge (Makoto Takakura), de Hatsuyo Nakamura, lutando pela sobrevivência de seus filhos, pelo sofrimento físico de Masakazu Fujii e Toshiko Sasaki, após a queda da bomba, pela tristeza do jovem médico Terufumi Sasaki, que não podia ajudar ninguém mais. 

É um livro doloroso de se ler. É uma narrativa direta, o autor não faz rodeios para explicar que não havia como escapar da dor física e psicológica. Uma das partes mais chocantes são as descrições da falta de socorro aos feridos. Todos estão tristes e impotentes. 
A situação do Dr. Fujii, do Dr. Kanda e do Dr. Machii — e, por extensão, da maioria dos médicos de Hiroshima — logo após a explosão, com seus consultórios e hospitais destruídos, seu equipa mento disperso, seus próprios corpos incapacitados em diferentes graus, explica por que tantos feridos não receberam cuidados e por que morreram tantos cidadãos que podiam ter sido salvos. Dos 150 médicos existentes em Hiroshima, 65 estavam mortos e os restantes se encontravam, na maioria, feridos. Das 1780 enfermeiras, 1654 estavam igualmente mortas ou impossibilitadas de agir. No hospital da Cruz Vermelha, o maior da cidade, apenas seis médicos de uma equipe de trinta, e dez enfermeiras, dentre mais de duzentas, tinham condições de trabalhar. O Dr. Sasaki era o único médico desse hospital que escapara ileso.
É um relato jornalístico escrito com alma e coração. Uma busca de mais e mais informações para compor algo digno de ser apreciado por leitores ávidos de uma boa história, uma boa escrita, com informação para os fazer crescer como pessoas. Atualmente, o mercado do jornalismo literário vem crescendo, e é interessante perceber como ele é atrativo. "Holocausto Brasileiro", escrito por Daniela Arbex, é um exemplo. Daniela descreve em seu livro, como um hospício em Barbacena, Minas Gerais, foi durante a maior parte do século XX um lugar bárbaro, onde pacientes eram maltratados e a sociedade ficava calada. Um livro que denuncia o que muitas vezes ocorre nos dias de hoje. Futuramente o livro terá um resenha neste blog.

Outro livro com teor jornalístico que também terá sua resenha postada futuramente aqui, é The Bling Ring - Gangues de Hollywood. O livro, escrito por Nancy Jo Sales, relata a história de jovens que roubavam casas de famosos em Los Angeles e foi adaptado para o cinema, com a direção de Sofia Coppola. Ele também saiu de um artigo que Nancy escreveu para um jornal em L.A.

É esse jornalismo literário que mostra que nós, jornalistas, não somos apenas sensacionalistas ou manipuladores. Nós, os idealistas e amantes da profissão, buscamos nos aprofundar na notícia e transmitir isso ao leitor. Estou engatinhando ainda na profissão, quem sabe um dia já eu consiga correr nesta direção? 

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

A Vez da Minha Vida - Cecelia Ahern

Fiquei algumas semanas sem postar absolutamente nada. Perdoem-me, foi final de semestre. Não tive tempo nem de respirar nestas duas últimas semanas. Mas aqui estou agora, disposta a recuperar todo o tempo perdido mês passado com resenhas, listas e especias. Agora estou de volta.


Escrito por Cecelia Ahern, a mesma de "P.S. Eu te amo", "A Vez da Minha Vida" não é um livro muito conhecido, na verdade só tive contato com ele a partir de uma promoção da Submarino. 

Lucy Silchester, começa a receber cartas de sua vida, insistindo para eles terem um encontro e resolverem seus problemas. Ela não tinha perspectiva nenhuma de futuro, vivia tentando fugir do seu emprego, se martirizando pelo término de seu namoro, que ocorreu anos atrás, e se escondendo de sua família. Quando um incidente dramático ocorre em sua vida, Lucy acaba concordando em encontrar com sua "vida" e, a partir deste ponto, o livro fica mais interessante e divertido, inclusive com a aparição de Gene Kelly, ou quase isso... Lucy começa a compreender o que realmente importa em sua vida, e a dar valor ao que possui. 

Os personagens de "As vez da minha vida" são amáveis e excêntricos, afinal as situações em que todos eles se envolvem estão em uma linha tênue entre o cômico e o ridículo, sendo a personagem principal ainda mais descontrolada do que aparenta ser. No entanto, ela é ao mesmo tempo cativante e, durante o livro, ela começa a reconhecer seus defeitos e a procurar ser uma pessoa melhor. Sem contar que ela recebe um bom incentivo de olhos azuis.

E o que falar da Vida? Sim, se você está curioso, a vida de Lucy é como se fosse um psicólogo que anda com ela 24 horas por dia, buscando sempre ajeitar, ou confundir de maneira benéfica, a vida da moça. Uma consultoria diária sobre o que você anda fazendo com a sua vida. 

Não tinha expectativa nenhuma com o livro, mas me surpreendi. O enredo em si é criativo, e o desenrolar da história muito divertido. O início pode ser um pouco entediante, mas depois das cinquenta primeiras páginas a leitura flui com leveza e simplicidade, mesmo sendo um pouquinho irreal. A parte romântica também é bem tranquila, mas não sem graça. Lucy vai conquistando aos poucos seu novo amor, e quando ele aparece, ela nem percebe. (O leitor atento perceberá quando ele aparecer, fica a dica.)

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