sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Laranja Mecânica

"Laranja Mecânica" é um  livro excepcional. Escrito em 1962, o livro é um retrato da violência juvenil que permanece no mundo desde os tempos remotos.

  CONTÉM REVELAÇÕES SOBRE O ENREDO!

A história de Anthony Burguess foca em Alex De Large, um jovem líder de uma gangue que amedronta as noites em um mundo futurístico, e é contada no intrigante “Laranja Mecânica”.  O livro traz a visão de um futuro violento, traiçoeiro e chocante. Alex possui casa e família, mas nada o impede de, junto com seus “drugs”, bater em um mendigo idoso, ter uma briga sanguinária com uma gangue rival e invadir a casa de um escritor, estuprar sua mulher e espancá-lo brutalmente. Mentindo para os pais que esta trabalhando, Alex faz tudo isso e muito mais em suas noites andando pela cidade. Até que os participantes de sua gangue, cansados de sua tirania, tentam desafiá-lo e se vingam.  “Acidentalmente”, Alex mata uma mulher, seus amigos o entregam a policia, onde é preso e condenado.

Depois de alguns anos preso, Alex aceita participar do “Tratamento Ludovico”, uma terapia do governo que consiste em ver filmes violentos enquanto é aplicado um soro que causa aversão a cena exposta. Alex sai da clínica sem ser capaz de ter ações violentas, nem sexuais, além de não poder mais ouvir a Nona Sintonia de Beethoven, sua predileta. Quando retorna para casa, descobre que sua mãe o substitui por um inquilino, e fica indignado. Também encontra com alguns a quem fez mal, que se vingam com a mesmo violência usada por Alex. Assim, ele tenta se suicidar, mas fracassa e acaba indo para o hospital, onde inesperadamente é curado e volta ao seu normal. Mas nada será como antes, afinal, ele cresceu...

Alex, no filme
O personagem principal me conquistou quando vi a adaptação cinematográfica do livro de 1971,  pelo diretor de Stanley Kubrick. Alex é medonho, divertido, engraçado, desumano. Um anti-herói bem simpático, que fez uma legião de fãs. O livro, narrado em primeira pessoa,  traz trechos como: “meu caro amigo” ou “esse humilde narrador”, e mostra como Alex tem um humor negro, mas ao mesmo tempo ao meu ver adorável. As cenas bizarras e maldosas  também ajudam a compor esse gênio. Outra característica marcante da obra é a presença de um vocabulário novo, criado pelo autor. “O Nadsat”, que foi baseado na língua russa e no linguajar da classe operaria inglesa.

O livro traz um personagem violento e a tentativa do estado de mudar o mesmo. Alex vira uma criatura mecânica, seus extintos são desprezados, não tem mais dignidade e não pode se defender.  Porém, vemos que ele mesmo em seu estado automático tinha sentimentos violentos, o que prova que a experiência não conseguiu mudar seu interior. Assim, ao voltar ao normal ele prova a ineficácia do estado em sua mudança e mostra que não é possível mudar um ser humano quando este não quer mudar.

Um comentário:

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