Eva teve problemas com o seu filho desde que o garoto nasceu. Kevin parecia não gostar dela, não quis mamar no peito, não gostava de suas conversas, brinquedos, comida, de absolutamente nada. O menino tinha variados comportamentos, com o pai era amável e condescendente, com ela malvado e sapeca. Com o passar do tempo, a mãe de primeira viagem começou a ter certo rancor do filho e suas atitudes deixaram claro esse sentimento para todos. A caçula, Celia, nasceu, Kevin cresceu, mas ambos, mãe e filho, continuaram os mesmos. Até o dia em que Kevin, agora com 16 anos, matou 7 alunos, 1 professora e 1 funcionário de sua escola. Um assassinato que chocou todo o país, inclusive Eva, que diante de tantos avisos não percebeu o mostro que se formava em sua casa. Mas será o garoto completamente culpado? E sua função de mãe, onde fica? E a sociedade norte americada e seus ideias de liberdade se encaixam aonde no episódio sinistro? E isso que Eva tenta descobrir durante as 364 páginas de "Precisamos falar sobre o Kevin".
Lionel Shriver escreveu algo que eu, leitora assídua, nunca tinha lido. Um livro aflitivo, forte, e a melhor definição que já encontrei "pertubador'. A história não é real, mas é composta por elementos que sabemos que são reais, por episódios que ainda acontecem, principalmente nos Estados Unidos. Isso faz parecer uma história verídica, faz você ler as cartas que Eva escreve a seu marido Franklin de modo diferente, sentido a dor de mãe, a dor de esposa, a dor de ser a culpada. E no final do livro, quando você chega a "quinta-feira" fatídica, tudo o que você sentiu anteriormente no livro dobra, você odeia o Kevin, não há desculpa para sua ação. Pelo menos é essa a sensação.
"Precisamos falar sobre o Kevin" é uma leitura difícil, tanto na forma de raciocínio da leitura, como no emocional. A leitura é forte, demorei mais tempo que planejava para ler porque não conseguia seguir adiante com tanta coisa para engolir. Ao final da última página, você para e pensa dez minutos sobre como é sua vida e como ela é boa. Leitura obrigatória para todos, sendo uma nova experiência necessária.
Pequenas considerações:
- Eu ainda não sou mãe, e falta muito para ser ainda. Acho que as sensações que o livro traz as mães podem ser ainda mais aflitivas.
- Célia e o olho. Para quem já leu, permita dizer o qual forte foi tudo aquilo para mim, do inicio até a caixinha de Kevin. Para quem não leu, esqueça isso, você vai entender.
- Há a adaptação para os cinemas. Verei hoje, e depois trago minha opinião sobre o filme. Veja o Trailer abaixo, que consegue trazer o qual forte, filme e livro.
Depois desta resenha, percebo que o filme não traz tanta informação como o livro. Deve ser mil vezes mais denso e ,ao mesmo tempo, mais esclarecedor, a fim de fazermos um julgamento correto de toda a situação ( que, no filme, nos deixou "apenas" perplexos) .
ResponderExcluirO filme deixa muito em aberto a decisão de ter kevin, a gravidez e alguns detalhes fortes sobre a Celia. Mas consegue causar agonia do mesmo modo. hehe
ResponderExcluirResenha magnifica, forte, vc passou muita da emoção que o livro te trouxe.
ResponderExcluirBeijos